Em Palmas (TO), 22 das 23 cadeiras serão ocupadas por pessoas autodeclaradas pretas ou pardas; na outra ponta, Florianópolis (SC) não elegeu nenhum negro à vereança
Texto: Roberta Camargo | Edição: Nataly Simões | Imagem: Divulgação
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As Câmaras de Vereadores de grande parte das cidades brasileiras ficarão mais negras a partir de 2021, com 44% dos vereadores autodeclarados pretos e pardos. É o que revela o levantamento do Gênero e Número, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Somando as cadeiras de todas as 25 capitais que elegeram seus representantes dos próximos quatro anos no domingo (15), 44% serão ocupadas por pessoas negras. Na análise por gênero, mulheres são 18% de todas as vereadoras eleitas no país.
Palmas, capital do Tocantins, é a cidade com o maior número de pessoas negras eleitas. Entre as 18 cadeiras, somente uma será ocupada por uma pessoa branca. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, 76% dos eleitos para a câmara municipal são negros.
No Recife, capital pernambucana, 28% dos vereadores eleitos são pretos e pardos. Saindo do Nordeste, por outro lado, no Sul, Florianópolis, capital de Santa Catarina, terá a câmara municipal mais branca do país, com nenhum vereador negro eleito para mandato a partir de 2021.
No Sudeste, a cidade do Rio de Janeiro teve uma mulher negra entre os mais votados, Tainá de Paula (PT), com 24.881 votos. Junto com ela, a câmara municipal terá outras três mulheres negras.
A vereança da maior capital do país, São Paulo, por sua vez, terá aspectos diferentes em 2021. Das 55 cadeiras na câmara municipal, 10 serão ocupadas por pessoas autodeclaradas pretas e pardas, o dobro em relação ao ano passado.
Desses 10, quatro são mulheres e seis homens. Uma das mais votadas se declara como preta e também é trans, Erika Hilton (PSOL). Na segunda cidade mais populosa do estado paulista, Guarulhos, região metropolitana, Fernanda Curti (PT) é uma das mulheres negras eleitas.
Outro avanço para a comunidade negra nas câmaras a partir do próximo ano é em relação aos quilombolas. De acordo com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), mais de 50 quilombolas foram eleitos para a vereança em municípios localizados em estados como Goiás e Maranhão.