Os povos de terreiro elaboraram uma carta de compromisso com 21 propostas para garantir os direitos constitucionais das religiões de matriz africana. O documento foi entregue ao governo federal durante o 1° Encontro Vozes Afro-Ancestrais do Cerrado, na Fundação Cultural Palmares (FCP), em Brasília, na quinta-feira (10).
O evento reuniu lideranças religiosas e representantes de comunidades tradicionais do Distrito Federal, com o objetivo de valorizar as culturas de matriz africana no Cerrado.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
No encontro, a principal pauta foi a apresentação da Carta de Compromisso que reúne demandas e propostas voltadas à preservação das tradições afro-brasileiras.
O documento é resultado de meses de escuta e articulação com diversas casas de axé e reivindica direitos como a implementação de programas de saúde integrativa nos terreiros, fortalecimento de políticas de combate à intolerância religiosa e ao racismo e apoio à juventude e apoio à juventude e às mulheres de terreiro.
A carta também propõe ações como a revitalização da Praça dos Orixás, reconhecida desde 2017 como Patrimônio Cultural e Imaterial do Distrito Federal pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do DF (Condep-DF).
Na publicação, são citadas legislações que reforçam o dever do Estado brasileiro de garantir e promover as tradições afro-brasileiras por meio de ações concretas. Entre elas, destaca-se o Decreto nº 7.387/2010, que reconhece o Candomblé e a Umbanda como patrimônio cultural imaterial do Brasil.
Após o encontro, as lideranças passaram a articular estratégias para implementar as propostas nas diferentes esferas do governo. A iniciativa tem como foco a defesa dos direitos dos povos de terreiro, a preservação das tradições ancestrais e a construção de um futuro mais justo e igualitário para as próximas gerações.