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Travestis e mulheres trans ocupam os banheiros da ALESP em repúdio a deputado

12 de abril de 2019

Ativistas entregaram aos demais deputados carta de repúdio dos movimentos sociais negro e LGBTQIA+ à declaração do parlamentar

Texto / Pedro Borges
Foto / Luka França e Vinicius de Araújo

Um grupo com cerca de dez mulheres trans e travestis ocuparam os banheiros femininos da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), durante a tarde desta quinta-feira (11). O ato foi uma resposta à declaração do deputado estadual Douglas Garcia (PSL), que afirmou que tiraria “a tapa do banheiro uma mulher que se sente homem”. O pronunciamento ocorreu no dia 4 de abril, no plenário da Casa, após um pronunciamento de Erica Malunguinho (Psol).

As participantes também entregaram no gabinete dos 94 deputados da Casa uma carta de repúdio a Douglas Garcia e em apoio a Erica Malunguinho. O documento foi assinado por mais de 180 movimentos sociais, pessoas físicas e parlamentares – a maioria do campo antirracista e LGBTQIA+.

Jhoweny Orun de Miranda, integrante da Marcha das Mulheres Negras e do coletivo Transformação, fez uma avaliação positiva de toda a movimentação. Para ela, o ato cumpriu um dos objetivos: prestar solidariedade a Erica Malunguinho.

“É fortalecer a visibilidade de uma pessoa não cisgênera, uma pessoa T, que pode ser travesti ou transsexual, ocupando um espaço, principalmente político, que infelizmente não é posto para a gente”, disse.

As manifestantes também ocuparam a plenária e presenciaram a colocação de Erica Malunguinho, que relatou o protesto na casa. Em entrevista ao Alma Preta, ela falou sobre a importância do protesto.

“Lindo de ver mais de 180 organizações e entidades se posicionando contrária, fazendo um manifesto, um repúdio em relação à violência, ao discurso de ódio e violência proferido pelo deputado”, contou.

Um dos pedidos da carta é que a Alesp esteja atenta aos interesses da população LGBTQIA+ do estado. Para Erica Malunguinho, esse pedido é muito importante e está entre as prioridades da mandata. “Temos projetos em via de protocolo, que visam reverter atitudes como essa para a população LGBTQIA+”, explicou.

A integrante do coletivo Transformação e do Transarau, Patrícia Borges, disse que espera que depois da ação as pessoas vejam a comunidade LGBTQIA+ de maneira diferente na Casa legislativa do estado. “Nós estamos em pleno século XXI. É necessário que as pessoas aceitem a orientação de cada uma e que, independente de raça e cor, a gente tenha mais amor, seja mais recíproco”, disse.

A manifestação

O ato foi organizado por entidades do movimento negro e LGBTQIA+ em um curto espaço de tempo e tinha o intuito de alertar a Casa de que a sociedade civil organizada está de olho na atuação dos parlamentares, como explica Luka Franca, integrante do Movimento Negro Unificado (MNU).

“Para além da carta, a gente achava necessário ter uma resposta a essa Casa. Não é plausível um parlamentar vir e falar o que o Douglas Garcia falou enquanto parlamentar eleito”, disse.

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