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“Votamos para impedir o retorno das oligarquias”, diz Kleber Rosa sobre segundo turno na Bahia

Kleber Rosa (PSOL-BA), que ficou em quarto lugar na disputa ao governo da Bahia, oficializou apoio ao candidato Jerônimo Rodrigues (PT-BA)

Foto: Divulgação/Kleber Rosa

Foto: Foto: Divulgação/Kleber Rosa

20 de outubro de 2022

Ativista social, professor e investigador da Polícia Civil, Kleber Rosa (PSOL-BA) ganhou destaque estadual ao se lançar como candidato ao governo da Bahia na defesa de uma política que teve como pauta central a “abolição que o Brasil ainda não fez”, lema de sua campanha.

Na disputa pelo comando do Palácio de Ondina, residência oficial do governador do estado, Kleber Rosa ficou em quarto lugar e obteve pouco mais de 48 mil votos. Recentemente, Rosa oficializou o apoio a Jerônimo Rodrigues (PT-BA), que disputa o segundo turno com ACM Neto (União Brasil-BA).

Apesar do apoio, Kleber, que é um dos fundadores do Movimento dos Policiais Antifascismo, avalia que nenhuma das duas candidaturas à eleição na Bahia atendem de forma central as demandas da população negra. No entanto, ele acredita que o apoio à ala petista representa o fortalecimento contra o avanço dos interesses da elite baiana.

“Para mim o que está na pauta é impedir um retrocesso maior com o retorno das oligarquias que na verdade – e essa é a diferença – nos dá espaço para decidir apoiar a candidatura de Jerônimo mesmo sabendo que o nosso projeto abolicionista está fora da pauta”, comenta Rosa.

À Alma Preta Jornalismo, Kleber Rosa avalia que, além de impedir o avanço dos setores conservadores, é preciso se posicionar para a conquista dos espaços em defesa dos movimentos populares.

“De um lado você tem as elites clássicas querendo retornar para dar continuidade a esse projeto. Do outro lado você tem um acúmulo – que é nosso, dos setores populares da esquerda – que segue governando sem, no entanto, conseguir atender àquilo ao qual nós colocamos nossas emergências. A gente vota para impedir o retorno dessas oligarquias, mas a gente segue disputando por esses espaços para garantir a retomada de um processo verdadeiramente radical em defesa da população”, destaca.

Considerado o estado mais letal e líder em mortes por chacinas no Nordeste, segundo relatório da Rede de Observatórios da Segurança, o modelo de segurança pública da Bahia, governada há 16 anos pelo PT, também é alvo de críticas do movimento negro. Kleber Rosa analisa que é preciso uma urgência na mudança do eixo do modelo de segurança pública e na garantia ao direito à vida e perspectiva de futuro para a juventude negra.

“Não temos a ilusão de que a mudança do nome signifique uma mudança significativa na política desenvolvida na Bahia. No entanto, toda mudança abre espaço para uma nova possibilidade e a minha perspectiva pessoal é que a diferença biográfica de Jerônimo e do atual governador [Rui Costa] apresente uma figura que esteja mais atenta e mais disposta a ouvir o clamor popular, e, eu, como ator político, e o meu partido como um todo, possa atuar nesse novo espaço de diálogo como alguém que possa fomentar essas políticas”, pontua o ativista.

Ainda no quesito da segurança pública, ele também critica a falta das câmeras de segurança no uniforme dos policiais, uma das propostas da campanha de ACM Neto, que se posicionou contra o uso dos equipamentos. Segundo Kleber Rosa, a escolha por não adotar os equipamentos reforça um modelo histórico de segurança pública baseado na violência contra a população negra.

“Eu não tenho dúvidas de que setores da elite brasileira – ou a elite em geral – compreende a ação da polícia como uma ação que visa conter segmentos indesejados da sociedade e eu também não tenho dúvidas de que a população negra é identificada como esse segmento indesejado e, fazendo uma análise histórica, isso é produto da própria concepção da república brasileira. Não à toa a república nasce junto com a abolição”, avalia

Para o ex-candidato, é possível pensar em uma nova perspectiva política de segurança pública, em que a população negra se mantenha viva e com garantia de vida digna.

“A gente precisa estar vivo para lutar por outras questões que envolvem a qualidade da vida. A gente vai seguir pressionando e participando, seja por dentro, através de um diálogo, ou por fora organizando os movimentos sociais, debatendo e pressionando como a gente já tem feito ao longo desses anos”, finaliza.

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