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20 de novembro, lutar por igualdade

2 de dezembro de 2015

Texto: Roque Ferreira* / Edição de imagem: Vinicius Martins

O 20 de novembro não deve ser apenas para relembrar a história de Palmares. No dia da Consciência Negra, devemos nos lembrar e denunciar a exploração e toda humilhação que milhões de brasileiros passam todos os dias, da falta de serviços públicos de qualidade, da miséria, da fome e da opressão racista que existe no Brasil.

Neste dia devemos dizer de forma taxativa que raças humanas não existem e que o racismo é fruto desta ideologia pseudocientífica nascida junto com o sistema capitalista. Só a luta organizada e a unidade dos trabalhadores negros e não negros pode garantir direitos e conquistas para uma vida melhor para todos, independentemente da cor da pele.

O racismo, assim como todas as ideologias que foram criadas com a missão de dividir os trabalhadores, deve ser combatido cotidianamente de forma enérgica. Da mesma forma e com a mesma energia devemos combater e explicar de forma paciente que as políticas chamadas de discriminação positiva, não ajudam a resolver o problema da exclusão de milhões. Ao contrário, elas bebem na mesma fonte; na fonte da crença na existência de “raças humanas”, onde umas são superiores as outras, e na subordinação dos interesses de classe em relação aos “interesses de raça”. As políticas racialistas favorecem, ampliam e solidificam o racismo.

Alguns tentam distorcer a história para apagar a luta de classes e transformá-la em luta entre “raças”, entre povos com cor de pele diferente. Tentam convencer que a culpa da escravidão e do racismo é dos “homens brancos” e não da sociedade de classes e da opressão e exploração de uma classe social contra outra. Não podemos apagar a luta de classes. Nós trabalhadores e trabalhadoras somos explorados de forma igual, independente da cor da pele, do sexo, da religião, da orientação sexual e do país onde vivemos. Compreender isso é fator determinante para que a luta por igualdade, pelo fim do preconceito, da discriminação e do racismo, não seja mero exercício de encantamento de serpentes.

Devemos intensificar a luta por salário igual para trabalho igual, vagas para todos nas escolas e universidades e que sejam públicas e gratuitas, serviços públicos gratuitos e de qualidade para todos, reforma agrária, assim como estatização das empresas privatizadas. Combater as privatizações e terceirizações dos serviços públicos, denunciar a assepsia social e racial que se abate sobre a juventude pobre e negra praticada pelos aparatos repressivos do Estado e cadeia para todos que pratiquem violência racial. É fundamental que nos apoiemos nos pilares fundantes da República de Palmares: organização, mobilização e luta, para reivindicar e conquistar nossos direitos. Viva a Zumbi, herói do povo brasileiro! Viva a unidade dos trabalhadores!

*Vereador do PSOL na cidade Bauru-SP e membro da Coordenação Nacional do Movimento Negro Socialista.

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