PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

A ONU e os beneficiários pela escravização precisam assumir suas responsabilidades históricas

Regina Lúcia dos Santos e Milton Barbosa, coordenadores do Movimento Negro Unificado (MNU), questionam efetividade das ações da ONU na luta contra o racismo e por reparação

Imagem: UN Photo/Evan Schneider

Foto: Imagem: UN Photo/Evan Schneider

6 de fevereiro de 2023

O mundo está atravessando um período de intensificação de manifestações racistas, de reorganização das forças de extrema direita no planeta e já faz mais de 20 anos que aconteceu a III Conferência Mundial contra o Racismo, a Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, promovida pela ONU, em 2001, na cidade de Durban, África do Sul.

A conferência considerou a escravidão e o tráfico negreiro crimes contra a humanidade, mas não avançou na questão de reconhecer o colonialismo como crime, da reparação histórica às vítimas da escravidão e seus descendentes, sequer num pedido formal de perdão das nações signatárias aos países e aos indivíduos.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

As vítimas foram todos os países africanos que tiveram seu povo sequestrado, com uma imensa baixa em seu estoque humano, todos os países das Américas e da Ásia que tiveram seus povos originários e descendentes escravizados ou não e que sofreram o crime de racismo continuado que acontece até os dias atuais.

É mais do que hora das nações pelo mundo retomarem esta discussão de forma séria e comprometida no sentido de evoluir em direção à reparação, com programas internacionais para devolução de artes e artefatos roubados aos países de origem, com programas de educação, saúde, devolução da verdade histórica desses povos não caminhar no sentido desta retomada pode ser entendido como omissão, num momento de encruzilhada para a história da humanidade.

Que a ONU e todas as nações beneficiárias do processo de escravização assumam suas responsabilidades históricas.

*Regina Lúcia dos Santos é coordenadora estadual do MNU-SP e Milton Barbosa é um dos fundadores e coordenador nacional de honra do MNU.

Leia também: Violência na RD Congo gera protestos contra missão da ONU

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano