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O ensino nas faculdades e a propagação do racismo na saúde

Cuidado em saúde de qualidade não se faz sem antes olhar para si, olhar para a própria formação e aceitar que nossas bases assistiam felizes a completa aniquilação do povo não-branco no país

Texto: Rayssa Okoro* | Foto: Cottonbro Studio/Pexels

Imagem mostra uma biblioteca e pessoas negras lendo e trabalhando.

Imagem mostra uma biblioteca e pessoas negras lendo e trabalhando.

— Foto: Cottonbro Studio/Pexels

25 de setembro de 2023

Ao falar sobre o ensino médico no Brasil, é preciso lembrar de como a eugenia e o “racismo científico” desenharam políticas públicas de saúde e, por consequência, os currículos médicos. Em 1911, durante o Primeiro Congresso Universal de Raças, em Londres (Inglaterra), o Brasil apresentava a tese de redução étnica. Reforçada e aceita por grandes nomes da ciência (medicina, principalmente) e políticas mundiais, a teoria propunha que, em pouco mais de um século, por meio da mestiçagem, tanto “mestiços quanto raça negra seriam completamente extintos” do território nacional.

Também apresentava a análise sobre a situação da população negra do País que, desde a abolição da escravatura (1888), estava exposta a todas as espécies de agentes de destruição e sem recursos mantendo-se periférica à sociedade. O que estava tendendo, logicamente, ao desaparecimento do território nacional.

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A elite intelectual e política brasileira escreveu DIVERSAS VEZES que a população negra do país jamais teria influência nos rumos da nação brasileira. Em um Estado cuja representação política, social e intelectual, sabendo das condições de extrema precariedade da população negra escolheu observar e esperar o completo branqueamento e subsequente “limpeza” da população brasileira… é de se espantar que a medicina, que a saúde, enquanto instituição, não esteja a serviço desse grupo?

Por isso, eu questiono: qual o papel de profissionais que ainda tem seus currículos recheados de conteúdos, teorias e procedimentos que foram elaborados por e para a concretização de “ciências” eugênicas senão questionar e buscar fazer diferente? E mais, será que estamos fazendo isso tudo?

Cuidado em saúde de qualidade não se faz sem antes olhar para si, olhar para a própria formação e aceitar que nossas bases assistiam felizes a completa aniquilação do povo não-branco no país.

* Rayssa Okoro (Ada Okoro – nome Igbo) é médica formada pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), co-fundadora do coletivo Negrex de estudantes e profissionais negres da medicina. Maranhense e nordestocêntrica. Filha de Raimunda, brasileira, e Samuel, nigeriano, Igbo. Vive em constante processo de aprender a cuidar do nosso povo. Estuda questões relacionadas à saúde e subjetividades, principalmente o que se relaciona à saúde da população negra. Tem uma paixão especial pela intersecção desses temas com saúde mental e uso de álcool e drogas. Existe e resiste politicamente, exalta a beleza da subjetividade enquanto mulher preta, acredita que afeto pro povo preto é revolucionário e fala disso o tempo todo. Admira o movimento do corpo humano, alimentação e espiritualidade. É aprendiz de pole dancer e yogi nas horas vagas.

* Texto publicado originalmente no site Negrê.

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