Nesta semana um caso envolvendo um menino negro de sete anos acusado injustamente de furto em uma loja de doces na Zona Leste de São Paulo reacendeu o debate sobre o racismo estrutural e os estigmas que acompanham crianças negras. A situação, marcada pela frase dolorosa da criança: “não roubei nada”, expõe como o preconceito racial se manifesta de forma cruel, afetando até os mais jovens.
A história de uma criança tão pequena tendo que se justificar, se defender de uma acusação injusta, revela o quanto o estigma do racismo pode marcar vidas desde a infância. É perturbador e, ao mesmo tempo, um reflexo claro da realidade enfrentada por muitas crianças negras no Brasil.
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Crescer sob a constante suspeita, ser julgado pela cor da pele antes mesmo de qualquer ato, é uma violência que marca profundamente o desenvolvimento emocional e psicológico dessas crianças.
Esse episódio não é um caso isolado, mas sim uma amostra do racismo cotidiano que muitas famílias negras enfrentam. Desde muito cedo, meninos e meninas negros são obrigados a conviver com a desconfiança, a vigilância excessiva e a discriminação.
O preconceito racial, longe de ser um problema do passado, continua a moldar as interações sociais, perpetuando a exclusão e o estigma que se impõem sobre as comunidades negras.
Ao acusar injustamente uma criança de furto ou roubo, a sociedade reafirma estereótipos racistas que há séculos marginalizam os negros. É um lembrete doloroso de que a luta por equidade racial começa desde a infância, exigindo uma reflexão profunda e ações concretas para desmantelar esses preconceitos.
Precisamos reconhecer e confrontar essas injustiças para construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva, onde todas as crianças possam crescer livres de estigmas e medos. Afinal, nenhuma criança deve ter que dizer: “não roubei nada”.