Ele está entre os grandes nomes da luta nacionalista africana como Thomas Sankara, Patrice Lumumba e Steve Biko
Texto / Redação | Imagem / AFP Gett Images | Edição / Pedro Borges
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Um dos principais teóricos da luta pela independência de Guiné Bissau e Cabo Verde, então colônias portuguesas, Amílcar Cabral foi assassinado há 47 anos, em 20 de janeiro de 1973. Ele está entre os grandes nomes da luta nacionalista africana como Thomas Sankara, Patrice Lumumba e Steve Biko.
Nascido na cidade de Bafatá, em Guiné-Bissau, em 1924, Amílcar foi escritor e engenheiro agrônomo, se formando com uma bolsa de estudos no Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa, Portugal.
A vida acadêmica o inseriu de vez na luta contra o colonialismo. Em 1956, Cabral, além de cofundador, foi uma das principais lideranças do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), uma organização revolucionária que chegou a lançar mão das armas como instrumentos de combate.
Cabral desempenhou uma intensa atividade diplomática junto às Nações Unidas. Ao passo que a vitória dos revolucionários contra Portugal era uma ação quase certa, Amílcar foi assassinado a 20 de janeiro de 1973 por guerrilheiros do próprio PAIGC, o que foi considerado de traição. Guiné-Bissau conquistaria sua independência pouco tempo depois, em 1974, e Cabo Verde, em 1975.
Da prática para a intelectualidade
Para Amílcar Cabral, a educação era a principal arma da libertação. Segundo ele, a libertação nacional seria um processo de grande alcance estratégico porque deveria ultrapassar os marcos da conquista formal da Independência.
Na verdade, ela implicaria na remoção de todos os obstáculos ao livre desenvolvimento das forças produtivas e de todas as formas de subjugação da pessoa humana, sendo, por isso, indissociável da luta contra a ignorância e pela promoção do conhecimento e da cultura.
Sua produção intelectual e ação estratégica despertaram, inclusive, a admiração do educador brasileiro Paulo Freire que o chamou de “Pedagogo da Revolução”.