O conflito racial no Brasil – aparentemente despercebido na vida cotidiana – existe desde a formação de nosso país. A suposta democracia racial teorizada por Gilberto Freyre esconde a tensão e as desigualdades nas relações interpessoais entre negros e brancos. Mais, a resistência das instituições do Estado brasileiro à cor preta.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas 24% das cadeiras da política nacional são ocupadas por afrobrasileiros, apesar do maior número de pretos entre a população e o eleitorado. Na economia, é nítida a separação social entre negros e brancos. Os meios de produção pertencem às peles mais claras. A cultura negra, apropriada pelo Estado, não garante afirmação da população afro-descendente na democracia nacional. Soma-se a esse contexto o corrente hábito de desvalorização do povo preto, de sua beleza estética, de seus costumes religiosos e práticas ancestrais ou sociais.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Na seção Realidade, o Alma Preta pretende desnudar o racismo brasileiro. Iremos expor como ele se dá na política, na economia, na cultura e no esporte. O sistema de opressão à cor negra ocupa muitos âmbitos da sociedade e se manifesta por diferentes mecanismos. Da mesma maneira, age de muitas formas na construção da identidade de negras e negros.
Evidenciar essas nuances torna-se fundamental para entender as variadas faces do racismo, seus diversos efeitos e as principais dificuldades na luta racial. Somente dessa forma é possível transformar e, assim, alcançar a diversidade cultural plena no Brasil.