Texto: Amanda Lima / Imagem: Assessoria
Diretores de “No baque do maracatu” criam campanha de financiamento coletivo para viabilizar continuidade de projeto independente
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“No baque do maracatu” é um documentário em produção sobre a história e a realidade de uma das mais populares manifestações tradicionais da cultura pernambucana. Começou a ser produzido em maio deste ano como projeto de conclusão do curso de Jornalismo dos recém-formados Amanda Lima e Felipe Vaitsman, diretores do filme, mas acabou ganhando novos horizontes graças a uma prática que tem possibilitado a realização de uma série de projetos culturais no Brasil nos últimos anos: o financiamento coletivo.
Durante o mês de junho deste ano, Amanda e Felipe estiveram em Pernambuco conhecendo de perto a realidade dos maracatus e entrevistando seus representantes – mestres, reis, rainhas e batuqueiros. Também conversaram com pesquisadores e com músicos pernambucanos consagrados, como Lenine, Fred 04 (Mundo Livre S/A), Toca Ogan e Gilmar Bolla 8 (Nação Zumbi), Lula Queiroga e Eder “O” Rocha. Desse trabalho resultou o curta-metragem defendido como trabalho final da faculdade, produzido de forma independente.
A campanha de crowdfunding, lançada pela plataforma Partio (partio.com.br), convida colaboradores a apoiar o projeto para que o filme seja continuado. A próxima etapa da produção é registrar cada movimento dos maracatus-nação no carnaval do ano que vem e confeccionar, inicialmente, mil cópias do documentário, com lançamento previsto para o final de 2016.
Entre as recompensas previstas aos colaboradores estão extras do filme, download antecipado e até uma mostra seguida de debate em evento do doador. As doações podem ser feitas até o dia 24 de dezembro através da página de campanha: http://partio.com.br/projeto/no-baque-do-maracatu. O valor mínimo é de R$20.
Maracatu-nação
Maracatu-nação é uma manifestação carnavalesca da cultura popular negra e pernambucana que envolve um cortejo real, personagens místico-religiosos e uma orquestra percussiva. Hoje são cerca de 30 agremiações – conhecidas como nações – distribuídas em comunidades periféricas principalmente no Recife, mas também em Olinda, Igarassu e Jaboatão dos Guararapes. Desde os anos 90, a cultura do maracatu se expandiu a ponto de ver-se surgir, em diversos lugares do Brasil e do mundo, os chamados grupos percussivos, que estudam e praticam essa manifestação, além de ter influenciado diretamente na concepção do movimento manguebeat, liderado por Chico Science.
O documentário “No baque do maracatu” busca retratar a realidade daqueles que mantêm viva a cultura dos maracatus-nação, além de expor as suas demandas, sua beleza e suas dificuldades. O filme propõe também evidenciar os fatores que levaram essa manifestação cultural do Recife ao mundo e discutir o futuro das nações de maracatu.
Para conhecer o projeto, acesse a fan page de “No baque do maracatu” (http://facebook.com/nobaquedomaracatu) ou envie um e-mail para: [email protected].