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Tradição e pioneirismo: Nenê de Vila Matilde completa 76 anos neste 1º de janeiro

A escola de samba foi a primeira agremiação paulista a integrar coreografia ao desfile de carnaval
Desfile da Nenê de Vila Matilde no segundo dia de apresentações das escolas de samba do Grupo Especial paulista.

Desfile da Nenê de Vila Matilde no segundo dia de apresentações das escolas de samba do Grupo Especial paulista.

— Robson Fernandes/Liga SP

1 de janeiro de 2025

Em janeiro, ao mesmo tempo em que se celebra o Ano Novo, o dia 1º celebra os 76 anos de existência e resistência da Nenê de Vila Matilde, uma das mais tradicionais escolas de samba de São Paulo. 

Fundada em 1949 por Alberto Alves da Silva, também conhecido como Seu Nenê, a escola foi uma das primeiras agremiações de carnaval voltada ao samba desde a criação, junto com a Primeira de São Paulo, de 1935, e a Lavapés, de 1937. 

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A organização, criada na comunidade do Largo do Peixe, Zona Leste de SP, estreou no carnaval em 1950, e desde então destaca a negritude, a cultura afrobrasileira e a ancestralidade africana em seus temas-enredo. Também foi a primeira escola de samba paulista a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.

Pioneira na apresentação com coreografias, e a detentora do primeiro samba-enredo da história do carnaval paulista, com o tema “Casa Grande e Senzala”, a agremiação obteve sua primeira vitória já em 1956. A escola também foi a primeira a ter uma quadra coberta própria, nos anos 1960.

Alguns de seus desfiles são considerados históricos, como a releitura do enredo  “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”, de Joãozinho Trinta, em 1956. Ao todo, a Nenê da Vila Matilde possui 11 títulos no Grupo Especial de SP e é considerada como a grande campeã do século XX. 

Com o passar dos anos, a agremiação se consolidou como um importante local de reafirmação e celebração da cultura negra na cidade, e posteriormente, no cenário do samba nacional. A data de hoje serve tanto para celebrá-la, como para reverenciar sua história e importância para a comunidade negra no Brasil.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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