Texto: Pedro Borges / Foto: Pedro Borges
Mercado Negra contou com oficina de turbante e a participação de muitas empreendedoras negras
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A quinta edição do Mercado Negra aconteceu no dia 21 de Abril, quinta-feira, na Lapeju, rua Frei Caneca, centro de São Paulo. O evento teve entrada gratuita e apresentou aos participantes diversos produtos, desde roupas, acessórios até filmes e livros.
O Mercado Negra começou em dezembro de 2015 e é organizado todo o mês por três empreendedoras negras, Mariana, Ketty e Dara. O projeto se iniciou quando as organizadoras sentiram dificuldade para expor seus produtos em outros espaços. “Eu, a Ketty e a Mari nos encontramos e a gente viu a dificuldade que era expor nas outras feiras por conta do preço. Às vezes é o valor do aluguel de um apartamento e você não tem o retorno também. E conversando com várias expositoras, começamos a ver que era uma dificuldade comum”, explica Dara Ribeiro, dona da marca Eparrei.
Ketty Valêncio, dona da Livraria Africanidades, conta que o Mercado Negra está para além do desejo de crescer no campo financeiro. Para ela, o evento tem também cunho político. “A ideia do Mercado Negra é valorizar as mulheres negras empreendedoras. A ideia não é nem de lucrar. Posso até ser meio romântica, demagoga, mas a intenção é de ter mais mulheres negras colaborando com a gente, porque historicamente nós estamos à margem”.
A necessidade de fortalecer o trabalho de outras mulheres negras é explicada pelos números do país. Em todas as esferas da vida cotidiana, elas são a base da pirâmide social brasileira. Pesquisa Mulheres e Trabalho, feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), aponta que mesmo com a diminuição da diferença, em 2014, as mulheres negras recebiam menos de 40% do que os homens brancos.
Por que Mercado Negra?
Mariana, dona da marca Heroicas, foi quem sugeriu o nome do evento. Para ela, é preciso mudar e dar novo significado para tudo aquilo associado ao nome negro. “O motivo foi realmente fazer um paralelo com o “mercado negro”, que é sempre associado a algo ruim, ilegal, por debaixo dos panos e mostrar que o mercado negra tem o desejo de ressignificar o “mercado negro” como uma coisa boa e não ruim”.
Confira a entrevista completa com as três organizadoras: