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Aranha ainda sofre com racismo

18 de junho de 2016

“Seria muito cruel da minha parte dizer que eu passei por esse período sem clube por causa disso, e também não posso dizer que não foi por causa disso”, afirma o goleiro

Texto: Divulgação / Edição de Imagem: Solon Neto

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O Esporte Fantástico deste sábado, 18/06, às 10h15, exibe reportagem exclusiva com o goleiro Aranha. O jogador, que foi vítima de racismo em um jogo entre Grêmio e Santos, em 2014, estava desempregado há seis meses e revelou ao programa que encontrou dificuldades para se recolocar no mercado por conta da polêmica e repercussão que o episódio causou:“Seria muito cruel da minha parte dizer que eu passei por esse período sem clube por causa disso, e também não posso dizer que não foi por causa disso”.

Após passagem pelo Palmeiras e um semestre inteiro sem atuar, Aranha agora defende as cores do Joinville. Apesar de toda a dificuldade para encontrar um novo time, ele não se incomoda em falar sobre racismo e desabafa ao esportivo sobre o assunto: “É um assunto que eu creio ter um bom conhecimento e não tenho problema algum, mas é algo que me acompanha desde a infância. Não só o Aranha, mas muitos outros brasileiros negros também.  Só que como eu era uma pessoa pública, repercutiu.  Isso acaba parecendo que é um fato isolado, mas não, isso é uma coisa normal no nosso País. Depois daquela era que tentavam embranquecer o País, achando que um País mais branco seria mais chique, mais bonito, a gente ainda pena um pouco com esse tipo de sentimento. Mas comparado com o tempo que ficou na escravidão, a gente precisa batalhar bastante ainda.”

Aranha também revela que, em momento algum, tentou prejudicar o clube gaúcho, mas sim quis fazer justiça perante às pessoas que o atacaram. “Fiz valer os meus direitos naquele jogo do Grêmio. Não fiz nada mais do que isso, de maneira alguma eu quis prejudicar o Grêmio. Eu não fiz nada contra o Grêmio, nada. O que eu fiz foi contra as pessoas que cometeram um crime, que cometeram injúrias.  Se eu tivesse cometido aquele tipo de crime eu também pagaria, e talvez pagaria mais caro, com dinheiro, sei lá, seria muito mais pesado do que isso, mas eu só exigi os meus direitos, nada mais do que isso”.

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