A campanha da Rede Emaranhadas, organização liderada por mulheres nos territórios da região metropolitana de São Luís, no Maranhão, em parceria com a Associação de moradores do Residencial Natureza, mobiliza e articula a sociedade civil e órgãos públicos para adotar providências de combate à poluição do Rio da Ribeira.
O Residencial Natureza fica perto de uma região com empresas de diversos ramos de atuação e a poluição do rio é atribuída ao despejo de dejetos industriais que são descartados por essas empresas de forma irregular, além da poluição atmosférica da vegetação nativa.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
O problema já é de conhecimento do Ministério Público do Maranhão (MP-MA) e da Secretaria Estadual de Direitos Humanos (SEDIHPOP), que protocolaram ações para que um laudo técnico sobre a poluição e os agentes poluidores sejam identificados e os responsáveis notificados. No entanto, a comunidade segue sem respostas e seu acesso aos laudos.
Após visita técnica, a secretaria, através da Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade (Coecv), concluiu que se trata de conflito socioambiental e emitiu parecer às Secretarias Municipal e Estadual de Meio Ambiente para que tomassem providências.
Em encontro em 29 de outubro, os representantes e 43 moradores do Residencial discutiram o problema em conjunto para a elaboração de estratégias para mobilização popular, que desde o início é pensada e articulada com as lideranças.
A presidente da Associação de Moradores do Residencial Natureza, Hariadna Silva, diz que os moradores estão comprometidos em serem multiplicadores da ação e levar conhecimento para a comunidade.
“Muitas pessoas aqui tiravam seu sustento e sua alimentação do rio. Hoje não podem mais. O que a gente quer é resgatar o rio. Voltar a pescar, cultivar e banhar nele. Ele é parte da nossa comunidade”, comenta.
A campanha conta apoio de organizações como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI Maranhão), Justiça nos Trilhos, Coletivo Reocupa, Tapajós de Fato e Coletivo Mulheres Negras da Periferia.