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Testemunha de crime que condenou homem negro a 12 anos de prisão era cega

O homem que sofria de glaucoma não informou sobre o problema de saúde durante o julgamento; condenação foi anulada
Imagem mostra o jovem negro Darien Harris ao sair da prisão.

Foto: Reprodução

26 de dezembro de 2023

Em 2014, o afro-americano Darien Harris foi condenado a 76 anos de prisão por um homicídio ocorrido em um posto de gasolina em Illinois, nos Estados Unidos, após ser “reconhecido” pela única testemunha ocular, que tinha glaucoma avançado.

De acordo com informações da Revista Monet, em depoimento à polícia, Harris disse que assistia a um jogo de basquete, em casa, quando ocorreu o crime. Aos 18 anos, sem antecedentes criminais, o jovem foi preso acusado de assassinar Rondell Moore em 2011.

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A prisão se baseou no testemunho de Dexter Saffold e em um vídeo de câmeras de segurança que mostravam um homem – cuja identidade era difícil de determinar – saindo de um carro e atirando. 

Saffold sofria de glaucoma avançado no momento do crime e tinha a visão severamente limitada, o que nunca foi mencionado durante o julgamento. As câmeras também mostraram que a testemunha estava mais longe da cena do que alegou inicialmente.

Com auxílio de outro detento, Harris fez pesquisas durante 12 anos, até conseguir provar sua inocência e a condenação foi anulada pelo juiz e promotores do caso, que retiraram as acusações. 

Agora, em liberdade, o homem preso injustamente pretende cursar Direito e combater casos de injustiças.

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  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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