A 32º Feira Internacional do Livro de Havana (FILH), em Cuba, recebeu no sábado (17) o rapper Emicida e a escritora mineira Conceição Evaristo para discutir a ancestralidade e a riqueza das culturas populares na literatura brasileira. No evento, o Brasil ocupou o posto de convidado de honra da Feira.
O painel nomeado de “É tudo pra ontem: a criação literária de Conceição e Evaristo e Emicida” integra a programação do evento, com a participação de Fabiano Piúba, secretário do Livro e Leitura do Ministério da Cultura (MinC).
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Eleita como imortal da Academia Mineira de Letras na semana passada, Conceição compartilhou passagens de sua vida para pontuar questões de raça e gênero.
“Rap, literatura, samba, as criações populares, são o lugar onde se cria a utopia. Carnaval é um espaço onde se cria utopia. A utopia não nasce. Eu até ousaria dizer que, no campo acadêmico, é muito fácil criar utopias vazias, talvez quem crie ‘a’ utopia é o povo”, comentou a autora durante o evento.
Já Emicida frisou a importância do interesse das novas gerações na produção literária brasileira. “Precisamos nos concentrar nos porquês, e me parece que os livros são um acervo infinito de porquês”.
A delegação brasileira contou com outros 13 nomes da literatura nacional, entre eles, Ailton Krenak, Eliana Alves Cruz e Elisa Lucinda. Ao todo, mais de 40 países participaram da FILH.
Ao final do evento, ambos países assinaram um memorando de cooperação entre as Bibliotecas Nacionais para trocas no campo de acervo, memória e repertório.