Nesta quinta-feira (22), o governo da Argentina anunciou o fechamento do Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo (Inadi), conforme informado pelo porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, durante uma coletiva de imprensa.
“Tomamos a decisão de avançar com o desmantelamento de institutos que não servem absolutamente para nada, como o Inadi”, afirmou Adorni, enquadrando o fechamento da organização no plano de redução do Estado do presidente ultraliberal, Javier Milei.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
O Inadi, que possui escritórios em todo o território nacional e conta com 400 funcionários, recebe uma média de 2.500 denúncias de discriminação por ano, de acordo com seu último relatório. A maioria das denúncias está relacionada à área trabalhista ou educacional e envolve questões de deficiência física, orientação sexual ou gênero.
“Seria motivo de satisfação se o Inadi fosse fechado hoje, mas isso não é possível por questões administrativas”, disse Adorni, ressaltando que questões administrativas precisam ser resolvidas antes do fechamento definitivo.
O porta-voz justificou a decisão “nos ideais do presidente Milei de redução do Estado”, enfatizando que há vários outros institutos que o presidente da Argentina está determinado a fechar como parte da batalha para cortar os gastos públicos.
Desde que assumiu o cargo em 10 de dezembro, o presidente ultraliberal demitiu 30.000 funcionários do Estado e não renovou outros 10.000 contratos, além de paralisar obras públicas financiadas pela administração federal em todo o país, com o objetivo de reduzir os gastos públicos.
O Inadi, criado em 1995 por uma lei do Congresso, está sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça. Segundo informações da Agence France-Presse, a decisão de fechamento ocorre em meio a um plano de diminuição do Estado, que inclui cortes em subsídios à energia e ao transporte, resultando em um aumento significativo do custo de vida em um contexto de inflação interanual de 254,2% em janeiro.