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Casal de candomblecistas é expulso de imóvel e denuncia intolerância religiosa

Caso aconteceu no bairro do Garcia, um dos mais antigos de Salvador
Imagem mostra a fachada do condomínio em Salvador, onde o caso aconteceu.

Foto: Reprodução/TV Bahia

28 de fevereiro de 2024

Um casal de praticantes do Candomblé denunciou ter sido vítima de intolerância religiosa após ser expulso do apartamento onde moravam de aluguel por nove meses, no bairro do Garcia, um dos mais antigos de Salvador (BA).

Segundo os relatos de Diego Caldeira e Jessica Rabêlo publicados pela TV Bahia, uma confusão envolvendo a dona do imóvel iniciou no período de carnaval, quando o casal concordou em ceder um dos quartos do imóvel para que a proprietária alugasse por temporada para outras pessoas. 

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Na época, a mulher teria justificado o pedido alegando que passava por dificuldades e precisava de dinheiro. Ela também teria dito que apenas três pessoas ficariam no cômodo. No entanto, nove pessoas adentraram o imóvel, o que surpreendeu o cozinheiro e a designer de moda.

Durante a tentativa de diálogo, a proprietária, que não teve a identidade revelada, teria cometido intolerância religiosa com o casal candomblecista e os expulsado. O casal, então, abriu uma denúncia e entregou gravações em áudio à Polícia Civil contendo trechos da discussão. 

“Estou com as fotos das ‘macumbas’ que vocês têm aí dentro do quarto. Vocês intimidaram o pessoal aí. Vai ter todo mundo como testemunha”, disse a dona do apartamento, se referindo a imagens de orixás que o casal tinha em um dos quartos do imóvel.

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia dos Barris. Disse ainda que a Coordenação Especializada de Repressão aos crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid) já tem conhecimento do fato e vai intimar a suspeita.

A Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) também acompanha a situação e ofereceu acolhimento, orientação jurídica e apoio social e psicológico ao casal. 

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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