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Bahia lança pesquisa sobre saúde de jovens e adolescentes em parceria com Fiocruz

Levantamento faz parte de ações de cuidado para a juventude no Sistema Único de Saúde (SUS) nos estados do Nordeste
A imagem mostra duas crianças vestidas de cientista em um evento da Fiocruz Bahia. A instituição lançou dados sobre a saúde de jovens e adolescentes no estado visando a implementação de políticas públicas.

A imagem mostra duas crianças vestidas de cientista em um evento da Fiocruz Bahia. A instituição lançou dados sobre a saúde de jovens e adolescentes no estado visando a implementação de políticas públicas.

— Fiocruz Bahia/Reprodução

2 de abril de 2024

As secretarias de Saúde e de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, em colaboração com a Agenda Jovem Fiocruz, apresentaram em março os resultados de um estudo abrangente sobre a saúde de jovens e adolescentes no estado. Essas faixas etárias representam cerca de 29,6% da população baiana, com jovens entre 15 e 29 anos totalizando 22,4%.

O levantamento marca a primeira fase de uma política de cuidado para a juventude e adolescência no Sistema Único de Saúde (SUS) nos estados do Nordeste. Essa iniciativa é fruto de uma parceria entre os governos estaduais da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e a cidade de Recife, juntamente com a Agenda Jovem Fiocruz e o Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa (CSEB) da Faculdade de Medicina da USP. A Fiocruz Bahia também contribuiu com a prospecção na Bahia.

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O objetivo é atender às demandas de saúde dos jovens a partir da atenção primária, inspirado na Linha de Cuidado para Adolescentes e Jovens (LCA&J) implementada em São Paulo. Esse modelo é ascendente, desenvolvido a partir das necessidades da população local. Durante a fase de prospecção, cada estado identificou demandas específicas para direcionar políticas de saúde de forma eficaz.

Na Bahia, uma das principais questões identificadas foi a desigualdade racial nos problemas de saúde, destacando-se a subnotificação da população negra e indígena nos dados do SUS. “Isso evidencia a importância de ampliar a formação continuada para gestores e trabalhadores do SUS, considerando o racismo institucional como determinante social da saúde”, alertou, em nota, Gilmara Silva de Oliveira, pesquisadora responsável pelo projeto.

Embora 25% dos atendimentos não tenham registrado a raça/cor dos pacientes, os dados disponíveis mostram que aproximadamente 94% dos casos de internação envolvem pessoas pretas e pardas. Considerando que 81% da população baiana é considerada negra, com 58,6% pardos e 22,4% pretos, a desigualdade é alarmante.

Os pesquisadores sugerem que a macrorregião de saúde de Ilhéus seja a região piloto para implementar a política de cuidado na Bahia, devido à sua diversidade demográfica e ao monitoramento prévio da saúde de adolescentes realizado pelo Núcleo Jovem Bom de Vida, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).


Marilda Gonçalves, pesquisadora da Fiocruz Bahia, destaca a importância desse estudo para melhorar a atenção à saúde de jovens e adolescentes. “Esse estudo nos enche de esperança quanto a uma mudança rápida no quadro que foi descrito”, afirmou à Fiocruz.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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