O Governo Federal por meio do Ministério da Igualdade Racial (MIR), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) anunciou uma série de entregas de cestas básicas para comunidades quilombolas em condição de vulnerabilidade aguda.
Na segunda-feira (20) e na terça-feira (21), foram entregues 1.042 cestas básicas para famílias quilombolas em Porto Alegre e na região metropolitana. Esta área faz parte da primeira rota de entregas que prioriza as demandas mais urgentes. De acordo com o governo, estão previstas ainda mais entregas, totalizando 1.815 cestas básicas para dez comunidades em Porto Alegre e arredores.
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A ministra Anielle Franco, por meio de nota governamental, informou que o governo mapeou a situação das famílias quilombolas, ciganas e de terreiros que estão em estado de calamidade ou emergência para que possam receber assistência e acesso à alimentação.
O informe ainda destacou que, das 147 comunidades quilombolas distribuídas por 68 municípios gaúchos, 136 estão em áreas declaradas em estado de calamidade ou situação de emergência. As outras 11 comunidades restantes, que não estão oficialmente em áreas afetadas, podem enfrentar vulnerabilidade decorrente do isolamento geográfico, perda de lavouras ou instalações produtivas, e desemprego causado pela destruição de locais de trabalho.
Resposta às críticas
As ações governamentais em auxílio às comunidades quilombolas foram realizadas logo após a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) apontar racismo em fala de Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul.
Na ocasião, Leite afirmou em entrevista à GloboNews que “o poder público não tem estrutura suficiente para atender em todas as pontas”. A fala foi dada em resposta às afirmações de quilombolas gaúchos que apontaram ausência de amparo governamental no amparo às vítimas da calamidade causada pelas inundações no estado.
O coordenador da Conaq, Denildo Rodrigues, conhecido como Biko, classificou a fala do governador como uma expressão clara de racismo e que Leite explicitou que não é prioridade do estado alcançar os territórios quilombolas.