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Conaq aponta racismo em fala de Eduardo Leite sobre não poder ajudar quilombolas

Governador do Rio Grande do Sul afirmou o poder público não possui estrutura para atender quilombolas desassistidos
Imagem de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. Na última sexta-feira (17) o político afirmou, em resposta às reclamações de quilombolas, que o poder público não tem estrutura para atender todas as pontas do estado.

Foto: Reprodução

20 de maio de 2024

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarou na última sexta-feira (17) em entrevista à GloboNews que “o poder público não tem a estrutura suficiente para atender em todas as pontas”. A fala foi dada em resposta às afirmações de quilombolas gaúchos sobre uma suposta ausência da gestão estadual no amparo às vítimas da calamidade causada pelas inundações no estado.

“Nós temos 80 mil pessoas em abrigos públicos, mais de meio milhão fora das suas casas, desalojadas ou desabrigadas. Isso traz uma proporção de atendimento de casos que naturalmente o poder público não tem a estrutura suficiente para atender em todas as pontas. Há um grande esforço de coordenação dos municípios, o Estado dando suporte, o governo federal também ajudando a repassar recursos para que a gente possa ter o atendimento qualificado”, disse Leite.

Um dos quilombos afetados pela inundação que atingiu o Rio Grande do Sul foi o Quilombo dos Machado, que fica na Zona Norte da capital, Porto Alegre. A comunidade está debaixo d’água, conforme veiculado pelo GloboNews na ocasião.

Ao Brasil de Fato, o coordenador da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Denildo Rodrigues, conhecido como Biko, apontou que a fala de Leite é uma expressão clara de racismo.

Segundo a liderança quilombola, a fala do governador do Rio Grande do Sul deixa claro que a prioridade não é chegar nos territórios quilombolas e sim auxiliar outro setor. Biko ainda destacou que a reconstrução do estado não pode, mais uma vez, excluir os quilombolas, povos indígenas e assentados. O direito dessas comunidades, para o coordenador, é importante para garantir uma proteção do meio ambiente frente às mudanças climáticas.

Segundo dados da Conaq, as enchentes atingiram todas as 145 comunidades quilombolas distribuídas por 70 municípios no Rio Grande do Sul, afetando 17.552 quilombolas. Até o momento, nenhuma dessas comunidades recebeu assistência do governo estadual.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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