A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) promoveu uma Sessão Solene em homenagem a Carlos de Assumpção, que completou 97 anos neste mês. O evento, organizado pelo deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL), destacou o legado do poeta como um patrimônio cultural do povo paulista e brasileiro.
O poeta, considerado um dos decanos da literatura afro-brasileira, é autor de diversas obras e coletâneas de poesias e membro da Academia Francana de Letras. Além de sua contribuição literária, Assumpção dedicou décadas de sua vida à luta pelos direitos e pela valorização da comunidade negra, participando ativamente do movimento negro em atividades culturais e políticas.
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Em sua trajetória, recebeu reconhecimentos importantes, como o título de Personalidade Negra pela Associação Cultural do Negro, em 1958. Sua obra mais conhecida, o poema “Protesto”, publicado em 1982, tornou-se um símbolo de resistência e esperança para o movimento negro.
Durante a sessão, o poema “Protesto” foi lembrado e declamado pela deputada estadual Mônica Seixas (PSOL), que ressaltou sua importância como um manifesto inspirador para as lutas cotidianas pela igualdade racial. Ao ser perguntado sobre sua relevância histórica, Assumpção enfatizou seu compromisso com a fraternidade entre os povos e a necessidade de visibilidade e reconhecimento para a comunidade negra.
“É um momento de lavar a alma. O povo negro brasileiro está precisando de atenção. Está precisando sair das periferias e das favelas e morar em um lugar digno como todo mundo. O povo negro fez tudo por este país e não teve recompensa nenhuma. Mas estamos no caminho”, disse o poeta, segundo nota da Alesp.
Ainda durante a cerimônia, Carlos de Assumpção recebeu o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, a maior honraria concedida pelo Parlamento paulista a personalidades que tenham contribuído para a sociedade.