Um estudo realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revela que, apesar da recuperação de vagas no mercado de trabalho após os impactos da pandemia, a inserção de jovens, especialmente os negros e mulheres, ainda enfrenta desafios significativos. Os dados foram apresentados na terça-feira (28) durante o evento “Empregabilidade Jovem” do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em São Paulo (SP).
De acordo com a pesquisa, embora o número de jovens ocupados tenha crescido em relação ao primeiro trimestre de 2019, atingindo 14 milhões, a taxa de participação no mercado de trabalho ainda não retornou aos patamares anteriores, permanecendo em 50,5%. A taxa de informalidade na faixa etária dos 14 aos 24 anos também é superior à média geral, alcançando 45%.
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Os números revelam que, dos 3,2 milhões de jovens desocupados, 51% são mulheres e 65% são negros. Além disso, há 4,6 milhões de jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram emprego, sendo que a maioria são meninas, principalmente negras, que realizam afazeres domésticos.
Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, destaca a importância de políticas específicas para inserção dessas jovens no mercado de trabalho, visando evitar que reproduzam a situação de enclausuramento vivenciada por suas mães e tias. Ela ressalta a relevância de programas como o Pé-de-Meia, do governo federal, além do aumento das ofertas de estágio e vagas na aprendizagem.
Outro ponto abordado pelo estudo é a alta informalidade entre os jovens, especialmente entre os “motoboys”, onde 82% estão nessa condição. O MTE busca construir uma proposta de lei que garanta direitos trabalhistas para essa parcela da juventude. Além disso, são destacadas ações para ampliação de contratações formais nos setores produtivos, visando beneficiar jovens que trabalham em ocupações de reduzida qualificação na agricultura.
Os dados revelam que os adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos representam 17% da população, sendo 49% mulheres e 60% negros. A região Sudeste concentra a maior parte desse contingente, totalizando 39% dos jovens.