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Jornada dupla e exclusão do mercado de trabalho afetam mais mulheres negras, diz IBGE

Dados mostram que mulheres negras empregam o papel de cuidadora e de responsável por afazeres domésticos mais do que as mulheres brancas; pesquisadora indica relação com exclusão do mercado de trabalho.
Mulheres conversando em ambiente corporativo.

Foto: Reprodução / Pexel

10 de março de 2024

 Informações divulgados na sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que mulheres negras gastam mais tempo com afazeres domésticos do que mulheres brancas. Os dados fazem parte do estudo “Estatísticas do Gênero”, publicado no Dia Internacional da Mulher.

Em 2022, as mulheres dedicaram quase o dobro de tempo que os homens na posição de cuidadoras e responsáveis por tarefas domésticos. Foram 21,3 horas semanais contra 11,7 horas para os homens.

O recorte racial denuncia uma diferença entre mulheres brancas e negras. Pretas e pardas gastaram cerca de 1,6 hora a mais por semana do que as brancas com trabalho doméstico. Segundo a análise, essa informação é diretamente relacionada à inserção das mulheres negras no mercado de trabalho.

As mulheres pretas ou pardas são as que menos participam do mercado de trabalho, as que mais estão dedicando horas a cuidados e afazeres domésticos e, por outros indicadores, vemos que são as que têm piores formas de inserção em termos de remuneração e qualidade de postos de trabalho”, comenta Barbara Cobo, coordenadora-geral do estudo, à Agência IBGE.

Mulheres negras também representaram os maiores índices de informalidade no mercado de trabalho, sendo elas equivalente a 45,4% do percentual total feminino (39,6%).

Entre os dados, também se destacam as informações acerca de mulheres em situação de pobreza e extrema pobreza. As mulheres brancas representaram 3,6% das mulheres em extrema pobreza, em comparação com 8% das negras. Na extrema pobreza as taxas são de 21,3% para as brancas e 41,3% para as negras.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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