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O que é Mpox, doença que levou OMS a decretar emergência em saúde pública internacional

Disseminação da doença preocupou o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças após surto no continente
Um bebê contaminado pelo vírus da Mpox recebe tratamento médico.

Foto: WHO / Katson Maliro

15 de agosto de 2024

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (14) o atual cenário de Mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). A medida foi anunciada após a entidade convocar um comitê de emergência para avaliar o risco de disseminação da doença.

Em coletiva de imprensa realizada em Genebra, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que surtos de Mpox vêm sendo reportados na República Democrática do Congo há mais de uma década e que as infecções estão aumentando. “Isso é algo que deve preocupar a todos. O potencial de disseminação na África e além dela é muito preocupante”, disse.

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Segundo informações do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (Africa CDC), ao menos 13 nações africanas, incluindo territórios que antes não eram afetadas como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, relataram surtos de Mpox. No total, esses países somam 2.863 casos e 517 mortes.

Em todo o continente, o número de casos suspeitos já ultrapassou a marca de 17 mil, um aumento significativo em relação aos 7.146 casos em 2022 e aos 14.957 casos em 2023.

Em comunicado emitido na terça-feira (13), o diretor-geral da Africa CDC, Dr. Jean Kaseya, declarou o cenário de Mpox na região como emergência em saúde pública de segurança continental e reiterou a rápida disseminação da doença.

“É um vírus que explora nossas vulnerabilidades, atacando nossos pontos mais fracos. E é nesses momentos de vulnerabilidade que devemos encontrar nossa maior força e demonstrar que todos nós aprendemos com a COVID aplicando a solidariedade”, disse.

Brasil em alerta

Durante seminário realizado pelo Ministério da Saúde para discutir a situação epidemiológica da doença no Brasil, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, reforçou que “há uma vigilância sensível para Mpox e, de forma preventiva, estão se atualizando as recomendações e o plano de contingência para a doença no Brasil”. 

Em 2024, o Brasil registrou 709 casos confirmados ou prováveis de Mpox, um número significativamente menor em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022. Desde então, 16 óbitos foram registrados, com a morte mais recente em abril de 2023. 

Entenda o que é a doença e as formas de prevenção

A Mpox é uma zoonose viral causada pelo vírus monkeypox, que pertence à mesma família (poxvírus) e gênero (ortopoxvírus) da varíola humana. É uma doença transmitida aos humanos a partir de um vírus que circula entre animais, especialmente em áreas próximas a florestas, onde roedores e macacos são os principais hospedeiros.

A mazela foi identificada pela primeira vez em 1958 entre macacos de laboratório e o primeiro caso humano foi notificado em 1970 na República Democrática do Congo. Desde então, a doença tem sido detectada principalmente na África Central e Ocidental, sendo considerada endêmica nessas regiões, com uma taxa de letalidade histórica de 3% a 6%.

As complicações são mais comuns em pacientes com problemas no sistema imunológico. Quadros graves estão relacionados ao surgimento de pneumonia, sepse, encefalite (inflamação do cérebro) e infecção ocular, que pode até levar à cegueira.

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da Mpox ocorre por contato (beijos, abraços relação sexual) com secreções infectadas das vias respiratórias, feridas ou bolhas na pele da pessoa infectada. 

Além disso, o compartilhamento de objetos que tenham sido recentemente contaminados com fluidos corporais do paciente ou materiais das lesões também representa um risco de transmissão.

A pasta também destaca que não existe um tratamento específico para a infecção pelo vírus da Mpox. O cuidado médico é focado em aliviar a dor e os sintomas associados, além de prevenir possíveis sequelas a longo prazo. É importante ficar atento a sinais de agravamento, como o aumento da quantidade de bolhas e feridas no corpo, bem como problemas oculares, como inchaço e conjuntivite.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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