Atos racistas de torcedores de diferentes clubes marcaram o início da temporada de disputas pelas oitavas de final da Libertadores 2024. Os jogos acontecem entre esta semana e a próxima.
A tática utilizada pelos torcedores para ofender racialmente os times adversários é a mesma: imitar macacos. O comportamento não é novo no futebol, sendo um dos casos mais famosos o de um torcedor que atirou uma banana para Daniel Alves durante uma partida entre Villareal e Barcelona pelo Campeonato Espanhol, em 2014.
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Nesta terça-feira (13), durante a disputa entre Atlético-MG e San Lorenzo no estádio Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, torcedores do clube argentino que estavam reunidos próximos à divisão entre as torcidas foram flagrados imitando macacos. Vários torcedores do San Lorenzo, até mesmo uma criança, repetiram os gestos ofensivos em direção aos atleticanos.
A torcida do Galo, por sua vez, passou a entoar cânticos que chamavam os argentinos de “racistas”. O perfil oficial do clube no X (antigo Twitter) repudiou a situação e cobrou responsabilização.
Até o momento não há informações sobre a identificação e a punição dos indivíduos. A Conmebol divulgou uma nota onde diz que “considera qualquer manifestação de racismo ou outras formas de violência em seus torneios absolutamente inaceitáveis. A luta contra esse flagelo é uma prioridade central nas preocupações e no trabalho da Conmebol.”
Esse não foi o primeiro caso de racismo envolvendo a torcida do San Lorenzo. De acordo com informações do UOL, em maio deste ano o clube foi multado em 120 mil dólares, cerca de R$ 655 mil, na cotação atual, após uma torcedora imitar um macaco durante partida contra o Palmeiras no mesmo estádio.
Já na noite seguinte, na quarta-feira (14), os torcedores do Palmeiras foram novamente alvos de racismo. Desta vez, por torcedores de um clube do mesmo país, o Botafogo.
Após o clube alvinegro vencer por 2×1 na disputa também pelas oitavas da Libertadores no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, torcedores foram filmados imitando macacos nas arquibancadas. A ocorrência foi registrada em vídeo e compartilhada pelo jornalista Tossiro Neto no Instagram.
Também em rede social, o Botafogo classificou o caso como “vergonhoso” e disse que o torcedor foi identificado nesta quinta (15) e banido do Estádio Nilton Santos. O clube também reiterou que racismo é crime.
O torcedor foi identificado como Vinícius Ramos e era funcionário da Secretaria de Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Maricá. Ele foi demitido, conforme anunciado pela própria gestão municipal.
“Vinícius Ramos foi exonerado da função que ocupava na Secretaria de Ciência e Tecnologia. O prefeito Fabiano Horta, botafoguense, condenou com veemência os sucessivos casos de racismo no futebol: ‘O racismo é um crime que fere o ser humano em sua dignidade, e a nossa gestão não tolera qualquer forma de preconceito’. A Prefeitura já informou ao clube e às autoridades policiais.”