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Conflito com PMs deixa indígenas baleados no Mato Grosso do Sul

Área de conflito foi homologada como terra indígena em março de 2005
Indígenas Guarani e Kaiowá da TI Nhanderu Marangatu é alvo de ataque policial e deixa três feridos

Foto: Comunidade TI Nhanderu Marangatu

16 de setembro de 2024

Indígenas Guarani e Kaiowá foram atacados por policiais militares durante a retomada da Fazenda Barra sobreposta à Terra Indígena (TI) Nhanderu Marangatu, localizada no município de Antônio João, no Mato Grosso do Sul. As informações são do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Por conta do ocorrido, ao menos três indígenas, sendo dois homens e uma mulher, foram atendidos no Hospital Municipal Dr. José Altair de Oliveira, que oferece atendimento de média complexidade. Uma delas segue internada no local.

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“Após o ataque violento da Polícia Militar, a Justiça Federal de Ponta Porã, em decisão controversa e apressada, autorizou a atuação da polícia estadual em proteção à propriedade privada, legitimando a violência contra a comunidade indígena”, relatou o conselho.

A área, conhecida como Ñande Ru Marangatu (ou Nhanderu Marangatu), foi homologada como terra indígena em março de 2005, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, houve um forte ataque de fazendeiros da localidade, que contaram com o apoio de políticos.

O ataque resultou na morte, a tiros, de Simião Vilhalva. Na TI Nhanderu Marangatu também foram assassinados Dorvalino Rocha, em 24 de dezembro de 2005, e Marçal Tupã, em novembro de 1983.

No total, a área destinada ao usufruto guarani-kaiowá mede cerca de 9,3 mil hectares, dos quais cerca de 1,3 mil estão ocupados pela Fazenda Barra. Cada hectare corresponde, aproximadamente, a área de um campo de futebol oficial.

Desde o início do processo de verificação do direito originário indígena, fazendeiros que ocupam a mesma área – em alguns casos, há décadas – questionam o processo na Justiça. Mesmo com a homologação presidencial, a retirada dos não-indígenas de Ñande Ru Marangatu está paralisada. 

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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