O professor e músico Allan Pevirguladez lançou o Manual Prático de Educação Antirracista. O material visa auxiliar pais, educadores e empresários a promover uma relação mais saudável, inclusiva e com equidade dentro dos ambientes.
Uma pesquisa realizada pelo Equidade.Info, iniciativa da Fundação Lemann, evidenciou que mais de metade dos professores de educação básica (54%) reconhecem casos de discriminação racial entre estudantes.
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A análise também expõe que 21% dos professores brancos disseram não saber o que fazer em casos de racismo dentro da escola, uma diferença significativa entre os docentes negros, que somam 9%.
Em 13 capítulos, Pevirguladez fala sobre a solidão da criança negra no ambiente escolar, os danos do racismo recreativo, o cabelo crespo como símbolo de diversidade, a saúde mental das crianças negras e o combate ao racismo no dia a dia escolar.
Durante a participação na 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2024, o professor falou sobre a importância de transpor os muros da escola e conseguir atingir toda sociedade brasileira com a sua pedagogia antirracista a partir da sua experiência em escolas públicas e periféricas do Rio de Janeiro.
“A gente faz algumas observações nesse livro no sentido de mostrar para os professores, para os gestores, para a sociedade num todo, que quando a gente fala em antirracismo, por mais que a gente esteja dentro da escola, a gente quer levar esse antirracismo para toda a sociedade brasileira”, explicou o professor em publicação nas redes sociais.
Pevirguladez ganhou destaque nas redes sociais em 2022, quando um vídeo do educador cantando músicas infantis antirracistas de sua autoria com seus alunos da rede municipal do Rio viralizou.
“O meu cabelo é bem bonito. É black power e bem pretinho. O do João também é bonito, é amarelo e bem lisinho. O da vitória é uma gracinha, cor de chocolate, feito de trancinha. O do Ricardo é muito legal, é bem crespinho e é natural. Muitos formatos, vários cabelos. Não tenha medo, se olhe no espelho. Ele representa a sua identidade. Ninguém vai tirar a minha liberdade”, cantam as crianças.
“Procuro fazer com que a minha música saia a partir da boca da criança, para poder educar o pai dela, para ajudar a educar a mãe, para ajudar a educar a tia, porque elas passaram por outra geração, por outra educação, que foi colonizadora, que foi eurocêntrica e trouxe outra perspectiva de Brasil. Então o meu livro busca explicar que o antirracismo é o melhor mecanismo hoje para a gente construir um mundo mais saudável”, pontua Allan Pevirguladez.
Acesse aqui para consultar mais informações sobre o livro.
