Um estudo inédito da Plataforma CIPÓ, em parceria com a Blue Smoke, revelou que apenas 35% dos ocupantes dos principais cargos de liderança em dez órgãos-chave da Organização das Nações Unidas (ONU) são profissionais não brancos.
O relatório, intitulado “Descobrindo Pontos Cegos: Igualdade Racial e Representação no Sistema ONU”, em tradução livre, é assinado por Nycolas Candido, Vitória Gonzalez, Júlia Hara Medeiros, Nayifa Nihad e Maiara Folly, analisa a evolução da representatividade racial nas Nações Unidas desde 2007.
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O documento examina nomeações para cargos de liderança em organismos como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Segundo o estudo, homens brancos do Norte Global continuam a compor a maioria das nomeações para cargos de alto escalão, o que revela uma persistente lacuna na diversidade racial e de gênero no sistema da ONU.
os últimos 17 anos, apenas cinco mulheres não brancas ocuparam posições sêniores em órgãos das Nações Unidas, sendo que uma delas atuou apenas interinamente. Além disso, profissionais de origem latina, indígena ou do Sudeste Asiático ainda não conquistaram posições de liderança em muitos desses organismos.
Políticas de diversidade insuficientes
Apesar das políticas de Diversidade, Inclusão e Equidade (DEI) adotadas pela ONU nos últimos anos, o estudo destaca que 45% das nomeações para cargos de liderança ainda são de homens brancos. O número alerta para a necessidade de reformas mais eficazes para que o sistema das Nações Unidas reflita de forma mais justa a diversidade global.
O relatório traz ainda uma série de recomendações para fortalecer a capacidade da ONU de combater o racismo e promover uma governança global mais inclusiva. Entre as propostas estão medidas para garantir que as políticas de DEI sejam implementadas de maneira eficaz e que os processos de nomeação sejam mais transparentes e representativos.