No dia 9 de novembro de 2024, Curitiba será palco da 9ª edição da Marcha do Orgulho Crespo. Desde 2016, esse evento vem ocupando as ruas da cidade para conscientizar a população sobre o racismo estético e promover o fortalecimento da identidade negra.
Inspirada pelo movimento que começou em São Paulo em 2015, a marcha curitibana busca educar a sociedade sobre as discriminações raciais, ao mesmo tempo em que valoriza a estética crespa e cacheada.
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O surgimento da Marcha do Orgulho Crespo em Curitiba foi uma resposta direta a um episódio de racismo vivenciado pela cantora Michele Mara, em 2016. Esse incidente motivou a primeira edição do evento na capital paranaense. Desde então, a marcha se consolidou como um espaço de resistência e apoio à população negra, especialmente às mulheres que estão na linha de frente da organização.
O evento vai além da celebração: é um movimento de valorização do cabelo crespo, cacheado e da cultura negra, além de enfrentar o racismo estético que ainda persiste em diversos espaços, como no mercado de trabalho.
“A Marcha do Orgulho Crespo é mais que um evento, é um espaço de resistência e celebração das nossas raízes. Cada pessoa negra que assume seu cabelo crespo resgata uma história de luta, orgulho e ancestralidade. É um grito contra o racismo e a imposição de padrões estéticos eurocêntricos”, afirma em nota para a imprensa a cantora e ativista Michele Mara.
A programação deste ano inclui oficinas, rodas de conversa e diversas atividades culturais, todas com o objetivo de promover a aceitação da identidade negra e combater a discriminação. Além de ser uma celebração, a Marcha do Orgulho Crespo representa uma luta constante por equidade racial, inclusão e valorização da diversidade.
A agenda do evento conta com uma abertura pela manhã, das 9h às 12h, com oficinas de penteados afro, contação de histórias e um encontro de mães negras. Na Praça Santos Andrade, o público poderá assistir a apresentações de teatro afro-infantil e participar de um intercâmbio cultural entre migrantes africanas e mulheres negras brasileiras, além de rodas de conversa e oficinas de dança.
Às 13h30, a concentração da marcha acontece na Boca Maldita, com o Bloco Afro Pretinhosidade, dando início à caminhada às 14h. A marcha percorrerá a Rua XV de Novembro e terminará na Praça Santos Andrade, em um ato de protesto e celebração que convida toda a sociedade a se unir à luta antirracista.
A tarde e a noite serão dedicadas a shows e apresentações culturais no palco da Praça Santos Andrade, com nomes como MUV e Michele Mara, Dharma Jazz e Kimera, Bloco Afro Pretinhosidade, Grupo Baquetá, Maíra Carvalho, Janine Mathias e Soul Ébano.