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Em quase 30 anos, apenas 5 jogadores negros venceram a Bola de Ouro

Mesmo favorito, Vinícius Jr. ficou em segundo lugar na premiação em 2024; última vitória de um atleta negro foi em 2005, com Ronaldinho Gaúcho
Imagem da cerimônia do Bola de Ouro 2024, no Theatre du Chatelet, em Paris, em 28 de outubro de 2024. O jogador Vinicius Junior, preferido da edição, ficou em segundo lugar e reacendeu discussões sobre o racismo na premiação e no futebol.

Foto: Franck Fife/AFP

29 de outubro de 2024

Desde 1995, apenas cinco jogadores negros ganharam o prestigiado prêmio Bola de Ouro, oferecido anualmente pela revista francesa France Football. Esse número tem sido motivo de discussões, especialmente após a derrota do atacante brasileiro Vini Jr. na edição de 2024, que marcou o 19º ano sem um atleta negro receber o prêmio. O levantamento foi realizado pelo veículo UOL.

O último a vencer foi Ronaldinho Gaúcho, em 2005. A expectativa de que Vini Jr., do Real Madrid, pudesse quebrar esse jejum acabou frustrada, com o prêmio indo para o meio-campista espanhol Rodri, do Manchester City.

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Desde que se tornou um nome central na luta antirracista dentro e fora dos gramados, Vini Jr. tem denunciado episódios de racismo que enfrenta, especialmente em estádios europeus. No ano anterior, o atacante recebeu o Prêmio Sócrates, também concedido pela France Football, em reconhecimento a seu engajamento em causas sociais e no combate ao racismo. O troféu homenageia jogadores que se destacam em ações de solidariedade e iniciativas de impacto social.

O histórico de vencedores negros da Bola de Ouro reflete a desigualdade enfrentada por esses jogadores na premiação. Desde que o prêmio passou a permitir indicações de atletas não europeus, há 29 anos, apenas cinco jogadores negros venceram: George Weah, da Libéria, que se tornou o primeiro vencedor negro em 1995; Ronaldo Fenômeno, vencedor em 1997 e 2002; Rivaldo, em 1999; e Ronaldinho Gaúcho, em 2005. Antes disso, apenas dois atletas negros haviam vencido: Eusébio, de Portugal, e Gullit, da Holanda.

Na noite da premiação de 2024, ao ser anunciado como vice, Vini Jr. compartilhou em suas redes sociais uma mensagem onde reiterou seu compromisso com a luta contra o racismo, sugerindo que seu ativismo pode ter influenciado o resultado. “Farei isso dez vezes se for preciso. Eles não estão prontos“, escreveu em uma publicação na plataforma X (ex-Twitter), depois que o Real Madrid cancelou sua participação no evento em Paris em apoio ao jogador.

A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, também se pronunciou sobre a derrota de Vini Jr., destacando seu papel como um ícone de resistência para a juventude negra. “Nosso melhor do mundo dentro e fora do campo. Quem joga com alegria, dribla as adversidades, enfrenta o racismo e continua fazendo história por onde passa”, escreveu em suas redes sociais. A ministra lembrou ainda que Vini Jr. é um dos principais alvos de ofensas racistas nos estádios europeus, algo que ele tem enfrentado com firmeza.

Texto com informações do UOL.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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