De acordo o relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO), cerca de 85% dos assassinatos de jornalistas ocorridos nos países não foram solucionados. Entre 2022 e 2023, a organização registrou 162 casos homicídios de jornalistas e trabalhadores de imprensa.
O número representa um aumento de 38% em relação ao período de 2020 a 2021. O documento destaca a América Latina e o Caribe como as áreas mais perigosas para a atuação dos jornalistas. Seis ocorrências foram contabilizadas na América do Norte e na Europa Ocidental, regiões que aparecem como mais seguras.
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Em 2023, 44 profissionais da imprensa foram mortos nas chamadas zonas de conflito, áreas em que ocorrem constantes e intensos confrontos armados envolvendo forças militares, paramilitares, milícias ou facções rebeldes.
Mesmo em países que não vivem com conflitos armados, o relatório aponta um aumento significativo, com 60 assassinatos em 2022. No mesmo intervalo, o México (19), a Ucrânia (11) e o Haiti (9), foram os países que reuniram mais registros. Já em 2023, a lista foi liderada pela Palestina (24), em seguida do México (7) e da Guatemala (5). Na análise do último biênio, o Brasil aparece com três mortes.
Segundo a Unesco, somente 210 casos foram considerados como resolvidos desde o início dos registros, em 2006. Para aqueles que foram solucionados, o tempo médio de espera foi de quatro anos.
De todos os óbitos entre 2022 e 2023, 14 jornalistas eram mulheres, representando 9% do total. A Unesco ainda aponta que apesar dos casos não solucionados, o percentual de mortes diminuiu em relação ao ano de 2018, quando 89% dos assassinatos permaneceram impunes. Na última década, em 2012, o índice de impunidade foi de 95%.