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Filme ‘Madame Durocher’ dá visibilidade a personagens históricos afrodescendentes

Longa-metragem destaca a história de personagens negros que enfrentaram preconceitos no Brasil imperial
Isabel Fillardis vive a personagem Clara no filme "Madame Durocher".

Foto: Divulgação

23 de novembro de 2024

Marie Josephine Mathilde Durocher, primeira mulher a obter o título de parteira no Brasil e a se tornar membro da Academia Nacional de Medicina no século XIX, é retratada no longa “Madame Durocher”, dirigido por Dida Andrade e Andradina Azevedo. Com roteiro de Rita Buzzar e João Segall, que também assinam a produção, o filme destaca a história de personagens negros que enfrentaram preconceitos no Brasil imperial. 

Dentro do elenco destacam-se André Ramiro, que interpreta o Dr. Joaquim, fundador da Academia Nacional de Medicina, um personagem histórico pouco lembrado; e Isabel Fillardis, que dá vida a Clara, uma mulher negra que tem sua história entrelaçada com a da protagonista. 

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“Clara é uma mulher profunda, complexa, poética e inteligente que acompanha a personagem principal e, paralelo à história dela, conta a sua própria. É impactante, forte e emocionante dar vida à ela. Espero que as pessoas possam se identificar com as personagens e vejam o universo feminino do filme, repleto de nuances e vivências que acompanham as mulheres ainda hoje”, comenta Isabel Fillardis.

Para trazer fidelidade à jornada de Madame Durocher e das outras figuras representadas no filme em cartaz nos cinemas brasileiros, o historiador Johnatan Raymundo trabalhou no desenvolvimento do longa junto aos roteiristas como consultor e pesquisador.

“São muitos os desafios para se fazer um filme de época baseado em história real, dificuldades que vão desde a busca por informações e a visitas de arquivos e documentos não organizados e guardados com o devido cuidado até o pouco registro da história da maioria da população brasileira. O que revela o nosso pouco apreço à nossa própria história, principalmente quando diz respeito às pessoas negras e mulheres, por exemplo”, conta o historiador.

“Ao mesmo tempo, o trabalho também tem o seu prazer e satisfação. Poder contribuir para oferecer ao povo brasileiro a oportunidade de conhecer e se inspirar nas trajetórias que trazemos nesse filme, é cumprir um papel educativo e urgente. O longa nos convida a enfrentar os limites e realizar nossas vidas com autonomia e resiliência”, complementa Raymundo.

Confira o trailer:

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