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Lares chefiados por mulheres negras sofrem mais com insegurança alimentar

Publicação orienta políticas públicas para povos e comunidades tradicionais, com destaque à vulnerabilidade de mulheres negras em situações de insegurança alimentar
Imagem de uma criança segurando um prato de comida. A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Lilian Rahal, apontou que lares chefiados por mulheres negras são os mais afetados pela insegurança alimentar.

Foto: Agência Gov/Via Secom

3 de dezembro de 2024

Mulheres negras chefes de família estão entre as mais afetadas pela insegurança alimentar no Brasil, especialmente em comunidades indígenas e quilombolas. 

O dado foi destacado pela secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Lilian Rahal, durante o lançamento de uma cartilha voltada para garantir a segurança alimentar desses grupos.

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A apresentação ocorreu nesta segunda-feira (2) em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal. Segundo Lilian, a cartilha tem como objetivo orientar políticas públicas para povos e comunidades tradicionais, respeitando suas culturas e promovendo inclusão social.

“A insegurança alimentar é mais forte nesses lares, evidenciando o componente de gênero e raça”, afirmou a secretária, ressaltando que mulheres negras, muitas vezes responsáveis pelo sustento familiar, enfrentam dificuldades agravadas pela desigualdade racial e pela falta de acesso a recursos essenciais.

A publicação traz orientações sobre programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Cisternas e Fomento Rural, detalhando como adaptá-los para atender às necessidades específicas de comunidades tradicionais. Um exemplo prático é o incentivo à aquisição de alimentos locais no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), alinhando a segurança alimentar às tradições culturais.

Para garantir que as diretrizes reflitam a realidade dessas populações, o MDS realizou reuniões de escuta com lideranças de comunidades indígenas, quilombolas e outros grupos. 

Essas contribuições foram fundamentais para desenhar estratégias específicas para os 29 segmentos reconhecidos pelo Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), como pescadores artesanais, quebradeiras de coco babaçu e ribeirinhos.

O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH, elogiou a iniciativa. “Essa cartilha é mais que um guia; é uma ferramenta de cidadania. Precisamos dar voz a quem vive na margem e levar justiça social às comunidades”. Paim ainda reforçou a urgência de iniciativas que levem dignidade e informação a essas famílias.


“Mulheres negras e quilombolas sofrem uma dupla discriminação, de gênero e de raça. Essa cartilha é um passo importante para garantir o direito à alimentação adequada”, disse.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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