O casal de mestre-sala e porta-bandeira Rute Alves e Julinho Nascimento, estrelas do carnaval carioca há mais de 20 anos, tem sua história contada e dançada por eles mesmos no espetáculo teatral “O Tradicional e o Moderno na Dança do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira”.
Idealizada por Luiz Antonio Pilar, com texto de Leonardo Bruno (dupla à frente do premiado musical “Leci Brandão – Na Palma da Mão”), a montagem estreia em 18 de dezembro na Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac), no Rio de Janeiro, com entrada franca. A direção e a coreografia são de Juliana Meziat.
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Desde 2018 na Unidos do Viradouro como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute estão acostumados com as multidões da Sapucaí defendendo a bandeira da escola. Desta vez, eles vão estrear em um palco inédito, do teatro.
Em cena, os artistas recordam suas trajetórias pessoais e profissionais dançando ao som de diferentes ritmos que fizeram parte de suas histórias na Zona Norte do Rio. Julinho vem de uma família de sambistas (o pai era compositor da Portela). Já na casa da Rute, a família era evangélica e o carnaval não era bem visto, mas essa vocação se desenvolve fora do mundo do samba e ela vai atrás do carnaval.
Permeado por músicas como “Bumbum Paticumbum Prugurundum”, “Maria Helena e Chiquinho” e “O Canto Livre de Angola”, o texto criado por Leonardo Bruno é fruto de longas conversas com o dois e da sua própria relação como jornalista que cobre o carnaval há 20 anos.
“Tem a trajetória cronológica deles, mas especialmente o que eles sentiram. Qual foi a sensação de ganhar um título? Qual foi a sensação de ser dispensado por uma escola? As emoções que eles viveram foram muito importantes para nortear o roteiro”, diz o autor. “O bailado do casal de mestre-sala e porta-bandeira é uma tradição brasileira que deve ser valorizada e preservada.”
Ao lerem juntos o texto do espetáculo pela primeira vez, Julinho e Rute se emocionaram e viram um filme de suas vidas.
“É algo inovador na minha vida. Penso que é um presente chegar aos 51 anos, vivendo esse momento de maturidade no carnaval, e, ao mesmo tempo, ser presenteado com algo novo tão grandioso”, conta Julinho, que teve sua estreia como mestre-sala aos 16 anos na Escola de Samba Tradição, dançando ao lado da madrinha Vilma Nascimento, história contada no espetáculo.
Os figurinos e objetos cênicos criados por Rute vão acompanhando a história dos dois. “Vou levar para a cena o boneco que eu carreguei nas costas no desfile de 2012 pela Vila Isabel. Tenho ele guardado até hoje”, lembra a artista.
Despois das três apresentações, nos dias 18, 20 e 21 de dezembro, na Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac), o espetáculo terá uma única apresentação na quadra da Unidos da Viradouro, em Niterói, no dia 27 de dezembro.
Serviço
Apresentações: dias 18 (quarta) e 20 (sexta) de dezembro, às 19h.
Dia 21 de dezembro (sábado), às 10h.
Local: Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac)
Endereço: Travessa do Ouvidor, 9 – Centro
Entrada franca
Dia 27 de dezembro, às 18h.
Local: Quadra Unidos da Viradouro
Endereço: Av. do Contorno, 16 – Barreto, Niterói
Entrada franca
Recomendação etária: Livre