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ITA registra maior número de estudantes negros na turma de 2025

Com 49 ingressantes autodeclarados pretos ou pardos, professora do instituto celebra avanço da política de cotas implementada desde 2018
Imagem do prédio do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Neste ano, o ITA contará com 49 alunos autodeclarados pretos ou pardos, o maior número na história da instituição.

Imagem do prédio do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Neste ano, o ITA contará com 49 alunos autodeclarados pretos ou pardos, o maior número na história da instituição.

— Reprodução/ITA

17 de janeiro de 2025

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) terá, na turma de 2025, o maior número de alunos autodeclarados pretos ou pardos de sua história. Ao todo, 49 estudantes pertencentes a esses grupos ingressaram neste ano, o que representa quase 30% das 180 vagas disponíveis.

A informação foi divulgada por Sonia Guimarães, PhD em Física e primeira professora negra do ITA, que celebrou em suas redes sociais a conquista como uma vitória da política de cotas, implementada pela instituição em 2018.

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A implementação do sistema de cotas no ITA foi uma consequência direta da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018, que determinou a aplicação da lei de cotas em concursos das Forças Armadas. Naquele ano, das 110 vagas oferecidas, 22 foram reservadas para candidatos negros ou pardos.

O papel da diversidade

Sonia Guimarães, que também integrou pela primeira vez a Comissão de Autodeclaração responsável pela análise das candidaturas de estudantes pretos e pardos, destacou a importância da diversidade no ambiente acadêmico e científico.

“É vitória para a política de cotas, para quem resistiu e se empenhou em ampliar a diversidade. Vocês não imaginam a minha felicidade”, celebrou a professora.

Sonia, que poderia ter se aposentado em 2019, decidiu continuar na instituição para lutar pela ampliação do acesso de pessoas negras à educação de excelência. “Há espaços onde antes não ocupavam e eu sabia que deveria ficar ali até ver esse cenário acontecer”, disse.

Embora o número de ingressantes negros e pardos tenha atingido um recorde, a professora reconhece que ainda há espaço para maior inclusão. “Sim, ainda há muito a trilhar, mas vocês tem ideia que são só 180 vagas? Isso significa que quase 30% das vagas ocupadas no mais renomado instituto do país são por pessoas de pele parda ou negra?”, conclui a docente.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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