A Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), lançou nesta terça-feira (21) a pesquisa “Viver em São Paulo: Qualidade de Vida 2025” com as percepções dos moradores da capital sobre temas como bem-estar, segurança, confiança nas instituições e desafios nas políticas públicas.
Entre as análises, o estudo destacou as disparidades enfrentadas pela população negra, que representa 38% dos entrevistados, e como questões de segurança, saúde e habitação afetam diretamente sua qualidade de vida.
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Para 74% dos paulistanos, a segurança é o principal ou o segundo maior problema da cidade, com 38% da população preta e parda indicando diretamente o tema como prioridade. A saúde (36%), o transporte coletivo (15%) e a habitação (12%) também figuram entre as maiores preocupações.
Os dados mostram a necessidade de ações direcionadas às áreas mais vulneráveis, onde comunidades negras são frequentemente as mais afetadas pela violência e pela precariedade dos serviços públicos.
Qualidade de vida estagnada
A pesquisa revelou que 40% dos entrevistados consideram que sua qualidade de vida permaneceu estável nos últimos 12 meses, enquanto 28% apontaram piora e apenas 31% notaram melhorias. Entre os moradores negros, a percepção de estagnação ou retrocesso é mais acentuada.
Além disso, 65% dos paulistanos afirmaram que deixariam a cidade se tivessem oportunidade, citando a falta de segurança como um dos fatores determinantes.
Avaliação negativa da administração municipal
A gestão municipal foi avaliada como “ruim” ou “péssima” por 41% dos entrevistados, enquanto apenas 12% a consideraram “ótima” ou “boa”. A Câmara dos Vereadores recebeu uma avaliação ainda mais crítica, com 55% dos moradores classificando sua atuação como “ruim” ou “péssima”.
Apesar dos índices negativos, a pesquisa mostrou que 62% dos paulistanos não têm interesse em se envolver na vida política da cidade, o que evidencia um descontentamento generalizado e uma desconexão com as instituições públicas.