PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

RJ: violência armada cresce 30% na região metropolitana em janeiro

Dados do Instituto Fogo Cruzado revelam aumento significativo de tiroteios, mortes e feridos, com destaque para o recorde de vítimas de balas perdidas e agentes de segurança baleados
Armas obsoletas e sem condições de uso na atividade policial são destruídas, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Armas obsoletas e sem condições de uso na atividade policial são destruídas, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

— Tânia Rêgo/Agência Brasil

13 de fevereiro de 2025

O primeiro relatório mensal de 2025 do Instituto Fogo Cruzado aponta um aumento expressivo da violência armada na região metropolitana do Rio de Janeiro em janeiro. O número de tiroteios, vítimas de balas perdidas, agentes de segurança baleados e pessoas atingidas durante assaltos cresceu em relação ao mesmo período dos anos anteriores.

O levantamento identificou 277 tiroteios/disparos de arma de fogo na região, representando um aumento de 30% em relação a janeiro de 2024, quando houve 213 registros. Entre esses confrontos, 42% ocorreram durante ações e operações policiais.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Recorde de vítimas de balas perdidas

O número de vítimas de balas perdidas em janeiro atingiu o maior patamar desde o início da série histórica. Foram 26 pessoas baleadas, sendo que sete foram mortas e 19 ficaram feridas. O crescimento é significativo em relação a janeiro de 2024, quando oito pessoas foram atingidas, todas sobreviveram.

A análise mostra que 18 das vítimas de balas perdidas deste ano foram atingidas durante operações policiais, das quais cinco morreram e 13 ficaram feridas.

Os agentes de segurança também foram impactados. Treze agentes foram baleados em janeiro, com oito mortes e cinco feridos. Esse é o maior número desde 2021, quando 15 agentes foram baleados no mesmo período. Além disso, 25 pessoas foram baleadas em roubos ou tentativas de roubo, o maior número desde 2020.

Carlos Nhanga, coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro, destacou que as ações dos governantes em conter a violência são ineficazes. 

“A violência armada no Rio de Janeiro segue fora de controle, e a ineficiência dos governantes é evidente. Ano após ano, vemos promessas vazias e estratégias que não protegem a população”, afirmou no documento divulgado.

Municípios e bairros mais afetados

O município do Rio de Janeiro registrou o maior número de tiroteios na região metropolitana, com 193 ocorrências, resultando em 43 mortos e 67 feridos. Além da capital, outros municípios também apresentaram índices elevados de violência armada. São Gonçalo teve 21 tiroteios, com quatro mortos e 15 feridos, seguido por São João de Meriti, onde foram contabilizados 14 confrontos, deixando quatro mortos e oito feridos. 

Em Duque de Caxias, ocorreram 11 tiroteios, que resultaram em sete mortes e um ferido, enquanto Nova Iguaçu registrou nove episódios, com seis mortos e dois feridos.

Na capital, os bairros mais afetados pela violência armada foram o Complexo do Alemão, com 17 tiroteios, três mortos e quatro feridos, e Vila Isabel, onde ocorreram 12 tiroteios, deixando um ferido. A Penha também foi um dos pontos críticos, com nove confrontos, que resultaram em seis mortos e nove feridos. Em Bangu, foram oito tiroteios, deixando cinco mortos e um ferido, e em Santa Cruz, oito tiroteios resultaram na morte de uma pessoa.

Chacinas e letalidade nas operações policiais

O mês de janeiro registrou duas chacinas, resultando em oito mortos. Todos os casos ocorreram durante ações e operações policiais. No mesmo período de 2024, houve três chacinas, com dez  mortos.


Entre as 181 pessoas baleadas na região metropolitana do Rio no mês, 56% foram atingidas durante operações policiais. O levantamento mostra que 27 das vítimas morreram e 75 ficaram feridas. Os dados completos da pesquisa podem ser acessados gratuitamente no site do Instituto Fogo Cruzado.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano