Na tarde desta terça-feira (15), após a publicação da reportagem sobre racismo, assédio moral e sexual acerca da professora de geografia Jacqueline dos Santos, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) enviou um e-mail à educadora com a afirmação de que irá apurar a denúncia contra o diretor da Escola Municipal Maria Aparecida de Oliveira Pedroso, Vaguiner Farias. O caso aconteceu em 2019, no município de Cotia (SP) e a servidora não havia obtido resposta sobre o Boletim de Ocorrência desde março de 2020.
A Delegacia de Polícia de Cotia também contatou a professora e afirmou que o procedimento contra o diretor da escola já foi localizado e será “devidamente instaurado”, pois se trata de um crime “de autoria conhecida”. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), por sua vez, afirmou à educadora que irá “instaurar um inquérito policial para apurar devidamente a denúncia de discriminação racial e injúria” feita por Jacqueline.
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“Enviaram vários e-mails. Nem sei quantas vezes procurei essas pessoas e nada. Estou muito emocionada porque algo finalmente se movimentou. Mas estou com medo também”, disse a professora.
Outros contatos
A publicação da matéria da Alma Preta Jornalismo, segundo Jacqueline dos Santos, deu coragem para que outras mulheres falassem a respeito do comportamento do diretor Vaguiner Farias. Uma suposta vítima de assédio sexual, que terá sua identidade resguardada, disse à professora que Vaguiner já tentou agarrá-la.
“Infelizmente não tenho como provar. Acredito em você [Jacqueline], pois conheço o Vaguiner e já passei também por uma situação constrangedora envolvendo a pessoa dele”, desabafou a vítima.
Jacqueline afirma que os próximos passos serão a respeito da colaboração com a justiça e reapresentação das evidências. Além disso, ativistas do movimento negro entraram em contato com a geógrafa a fim de organizar protestos contra a violência da qual Jacqueline foi vítima.
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