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Malcolm X: 5 livros e filmes para entender o pensamento e o legado do ativista morto há 60 anos

De biografias a documentários, obras exploram a vida de um dos maiores ícones do movimento pelos direitos civis dos negros
Malcolm X segura um livro enquanto discursa para uma multidão.

Malcolm X segura um livro enquanto discursa para uma multidão.

— Reprodução

21 de fevereiro de 2025

Há 60 anos, Malcolm X foi assassinado em Nova York, nos Estados Unidos, mas suas ideias seguem influenciando a luta por justiça racial no mundo. Figura central do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, ele desafiou a supremacia branca e defendeu a autodeterminação dos negros em um período de intensas tensões raciais.

Nascido em 19 de maio de 1925, Malcolm enfrentou perseguições e tragédias familiares ainda na infância, o que moldou sua visão crítica sobre a sociedade estadunidense. Na juventude, envolveu-se com crimes e foi preso em 1946, experiência que transformou sua vida.

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Na prisão, aderiu à Nação do Islã e adotou o nome Malcolm X, rejeitando o sobrenome “Little” que, segundo ele, carregava a marca da escravidão. Tornou-se um dos mais influentes oradores da luta negra, criticando o racismo institucional e propondo formas mais incisivas de resistência. 

Com o tempo, distanciou-se da Nação do Islã e ampliou sua perspectiva política, buscando unir diferentes povos na luta contra a opressão. Essa mudança ideológica custou-lhe inimigos e, em 21 de fevereiro de 1965, foi assassinado enquanto discursava em Nova York. Seu legado, no entanto, seguiu vivo, influenciando gerações de ativistas e intelectuais.

Para entender melhor o pensamento e trajetória de Malcolm X, diversas obras foram produzidas ao longo dos anos. A seguir, confira uma seleção de livros, filmes e documentários que ajudam a conhecer o legado do líder revolucionário.

1) “Autobiografia de Malcolm X” – Alex Haley

Considerada uma das biografias mais importantes do século XX, este livro é baseado em entrevistas concedidas pelo próprio Malcolm X ao jornalista Alex Haley. Publicado em 1965, poucos meses após o assassinato, a obra detalha sua infância difícil, a conversão ao islamismo, seu envolvimento com a Nação do Islã e sua evolução ideológica ao longo dos anos. Além de relatar sua transformação pessoal e política, o livro apresenta reflexões contundentes sobre racismo e identidade negra nos Estados Unidos.

2) “Malcolm X: Uma Vida de Reinvenções” – Manning Marable

Vencedora do Prêmio Pulitzer de História, esta biografia apresenta uma visão abrangente da vida de Malcolm X, com base em extensa pesquisa e documentos inéditos. Manning Marable explora as várias fases de sua trajetória, desde sua juventude criminosa até sua atuação como líder revolucionário. O livro também discute suas contradições e a evolução de seu pensamento político, trazendo uma análise crítica e contextualizada sobre sua influência.

3) “Malcolm X Fala” – Coletânea de discursos

Esta obra reúne os principais discursos de Malcolm X nos últimos anos de sua vida, refletindo suas ideias sobre racismo, nacionalismo negro e resistência. Diferente dos grupos que pregavam a não violência, ele defendia a autodefesa como resposta às injustiças contra os negros. Seus discursos desmascaram as contradições da democracia americana e inspiram debates sobre direitos civis e justiça social até os dias atuais.

4) “Quem Matou Malcolm X?” (Netflix)

Esta série documental de seis episódios investiga os detalhes do assassinato de Malcolm X, ocorrido em 1965. O documentário analisa evidências e entrevistas que sugerem que dois dos três homens condenados pelo crime eram inocentes. As revelações apresentadas na série levaram a uma reavaliação do caso pelo sistema judiciário dos Estados Unidos, resultando na anulação das condenações em 2021.

5) “Malcolm X” (1992) – Filme de Spike Lee

Dirigido por Spike Lee e estrelado por Denzel Washington, este filme é uma adaptação da “Autobiografia de Malcolm X”. A produção retrata detalhadamente sua vida, desde a infância até o assassinato, passando por sua conversão religiosa e mudança ideológica. A atuação de Denzel Washington recebeu aclamação da crítica e garantiu uma indicação ao Oscar. O filme se tornou um marco no cinema e na representação da luta pelos direitos civis.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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