PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Exposição virtual reverencia Mãe Betinha, ialorixá do Recife alvo de intolerância religiosa durante o Estado Novo

Mostra reúne 45 registros fotográficos e três registros audiovisuais do cotidiano e da religiosidade do extinto terreiro Ilê Axé Yemanjá Sabá Abassamí
Registro de Mãe Betinha em seu terreiro em Pernambuco.

Registro de Mãe Betinha em seu terreiro em Pernambuco.

— Divulgação/Assessoria de imprensa

8 de março de 2025

Retratos e expressões da diversidade racial e religiosa da tradição nagô do Recife (PE) integram a mostra virtual Memórias e afetos de Orisha, lançada neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Ao todo foram reunidos 45 registros fotográficos e três registros audiovisuais do cotidiano e da religiosidade do extinto terreiro Ilê Axé Yemanjá Sabá Abassamí, do bairro do Brejo, no Recife, que era liderado por Mãe Betinha, ialorixá que enfrentou a intolerância religiosa no período do Estado Novo (1937-1945). 

No site da exposição os internautas são conduzidos a uma jornada pelo espaço sagrado de culto, que revelam cenas da vida espiritual e afetiva e convidam a refletir sobre as energias que as conectam à ancestralidade e à divindade.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

A mostra também reverencia a memória de Elizabeth de França Ferreira, mais conhecida como Mãe Betinha, mulher que representou a lutou incansavelmente pela preservação do culto e das tradições do xangô recifense ao longo dos mais de 60 anos em que esteve à frente da comunidade, conquistando o respeito de autoridades policiais e políticas de sua época.

O designer gráfico Erick Ramon, um dos idealizadores da exposição, destaca a importância do projeto para preservar a memória tanto do terreiro quanto da líder espiritual. “A gente quer fazer com que a memória desse terreiro não morra, porque ele foi muito forte na região enquanto espaço de cura e modificou a vida de muitas pessoas a ponto de atrair até olhares internacionais. E também para que a pessoa de Mãe Betinha não caia no apagamento histórico, já que o apagamento da figura da mulher é algo que a gente vê muito nos candomblés de Pernambuco”, explicou.

Para Erick, propor uma exposição centrada na figura de uma mulher que lutou contra a opressão do estado para que sua religião permanecesse viva é fundamental para combater o racismo de gênero e religioso nos dias de hoje. 

As fotografias e vídeos que compõem a exposição foram selecionadas do acervo pessoal das filhas e filhos de santo do terreiro de Mãe Betinha, sobretudo do babalorixá José Amaro, que participará da roda de conversa de lançamento, no próximo sábado (08/03/2024).

A curadoria da mostra ficou a cargo de Edelson Moraes, que organizou os registros de modo a refletir o espaço sagrado da casa como local de acolhida sustentada em três pilares: o prédio, as pessoas e as cerimônias religiosas. O site da exposição conta ainda com audiodescrição, promovendo a acessibilidade para pessoas com deficiência visual. 

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano