“Este livro é sobre a minha morte. E também sobre o meu renascimento”. Assim, a escritora Carolina Rocha define o enredo de seu segundo livro “A culpa é do diabo – O que li, vivi e senti nas encruzilhadas do racismo religioso”, que será lançado na próxima quarta-feira (12), pela editora Oficina Raquel, na capital fluminense.
Mulher negra e candomblecista, ela mergulha nas complexas relações entre religião, fé, cultura, política e crime nas favelas do Rio de Janeiro. O lançamento acontece com uma noite de autógrafos no Quilombo Ferreira Diniz, na Glória, às 19h, com a participação da cantora Fabíola Machado e do grupo Maracatu Baque Mulher.
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“Este livro é fruto de algumas partes da minha tese de doutorado, iniciada em 2015 e defendida em 2021, no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP/UERJ). É importante reforçar que este trabalho não é neutro. Ele tem carne, sangue, suor, saliva, gozo e lágrima, meus e de minhas/meus ancestrais. Tem DNA, célula, corpo, identidade, território e espírito”, afirma Carolina, que em 2015 lançou seu primeiro título “O Sabá do Sertão: feiticeiras, demônios e jesuítas no Piauí Colonial”, pela Paco Editorial.
A autora, que entrelaça pesquisa acadêmica, experiência etnográfica e memória pessoal, revela como o cotidiano de diferentes grupos, imersos nos conflitos violentos urbanos, é marcado pela disputa de significados e territórios. Ao ouvir as histórias e memórias vividas nas periferias, ela desenha um cenário de violências e resistências, onde as tradições de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, são alvo de perseguições sistemáticas, enraizadas em um projeto colonial e racista que persiste até hoje.
Ao longo de sua obra, Rocha não só denuncia a violência sofrida pelos povos de terreiro como também celebra a resistência e a força cultural dessas comunidades. Os terreiros, enquanto espaços de acolhimento, cura, educação e reinvenção, são apresentados como territórios políticos, onde a memória ancestral é mantida viva e a luta pela dignidade é constante.
“O terreiro nos dá autoestima, nos dá um repertório literário de aconselhamento para a vida, fornece instrumentos de autonomia e soberania em nutrição, saúde, história e estética. É o espaço de formação de pessoas, de educação libertadora!”, destaca.
O livro já está a venda no site da Amazon.
Serviço
Lançamento do livro “A culpa é do diabo – O que li, vivi e senti nas encruzilhadas do racismo religioso”
Data: 12/03/2025
Horário: 19h
Local: Quilombo Ferreira Diniz | Rua Cândido Mendes, 320 – Glória, Rio de Janeiro
Entrada gratuita