O cineasta Antonio Pitanga volta à direção 46 anos após seu último trabalho, com o longa-metragem “Malês”, previsto para estrear no segundo semestre de 2025. A produção retrata a Revolta dos Malês, maior levante liderado por pessoas escravizadas no Brasil, ocorrido em Salvador, em 1835.
O longa reúne nomes como Rocco e Camila Pitanga, Bukassa Kabengele, Patrícia Pillar e Rodrigo de Odé. Com roteiro de Manuela Dias e fotografia de Pedro Farkas, a produção conta com coparticipação da Globo Filmes e distribuição da Imovision. As filmagens ocorreram em Cachoeira, Salvador e Maricá.
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Revolta e ancestralidade em destaque
Rodado em locações na Bahia e no Rio de Janeiro, o filme apresenta a realidade da população negra no século XIX, enfrentando escravidão, intolerância religiosa e pobreza. A história também retrata a rebelião liderada por africanos muçulmanos (malês) contra o regime escravocrata.
No longa, Pitanga interpreta Pacífico Licutan, um dos líderes reais da revolta. A narrativa destaca personagens históricos como Ahuna (Rodrigo de Odé), Manoel Calafate (Bukassa Kabengele), Vitório Sule (Heraldo de Deus) e Luís Sanim (Thiago Justino), além de personagens ficcionais como Dassalu (Rocco Pitanga), Sabina (Camila Pitanga) e Abayome (Samira Carvalho). A atriz Patrícia Pillar interpreta Mamãe A.
A história começa com um casal de muçulmanos arrancado da África durante o casamento e escravizado no Brasil. Separados, enfrentam a escravidão enquanto se veem envolvidos na insurreição liderada por africanos muçulmanos na capital baiana, às vésperas do fim do Ramadã.
Ficha técnica e elenco
O elenco ainda inclui nomes como Edvana Carvalho, Indira Nascimento e Wilson Rabelo. A trilha sonora é assinada por Antônio Pinto e Barulhista, com direção de arte de Rafael Cabeça e figurino de Rô Nascimento.
A equipe técnica também conta com Quito Ribeiro (montagem), Uirandê Holanda (maquiagem), José Moreau Louzeiro (som), Waldir Xavier (edição de som) e Rodrigo Noronha (mixagem).
Malês marca o retorno de Pitanga à direção desde Na Boca do Mundo (1978) e traz uma releitura de um episódio central na luta da população negra brasileira contra a escravidão.