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Levantamento mapeia 100 lugares fundamentais para a memória negra e africana no Brasil

O mapeamento, disponível em plataforma no site do ObservaDH, apresenta 100 espaços fundamentais para a história da população negra e africana no Brasil
A foto mostra o Mercado Modelo, em Salvador, listado no mapeamento do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC).

A foto mostra o Mercado Modelo, em Salvador, listado no mapeamento do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC).

— Juan Mabromata / AFP

7 de abril de 2025

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) lançou um mapeamento inédito de espaços históricos fundamentais para a preservação da cultura negra, da resistência e da ancestralidade africana no Brasil. O mapa interativo pode ser acessado no site do Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ObservaDH).

A publicação “Lugares de Memória Negra e Africana no Brasil” apresenta 100 lugares importantes na história do tráfico de escravizados africanos no Brasil, além de destacar espaços de memória e resistência, comprovados por registro histórico.

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O mapeamento é baseado no “Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil”, publicado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Os lugares incluem comunidades quilombolas, locais de trabalho, de vida cotidiana e de práticas culturais negras, terreiros, igrejas fundadas por irmandades de grupos africanos e locais onde ocorreram revoltas da população negra.

De acordo com a pasta, a maior concentração desses espaços foi registrada no Nordeste, com 44 locais. O Sudeste aparece em segundo lugar no ranking (39), seguido pelo Sul (11), Centro-Oeste (3), e Norte (1). Entre os estados, a Bahia e o Rio de Janeiro lideram a listagem com, respectivamente, 23 e 20 lugares de memória.

No mapeamento, estão listados locais como a praia de Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco, e o Mercado Modelo, em Salvador. Ambos os recintos foram pontos por onde as pessoas traficadas e escravizadas do continente africano chegavam ao Brasil.

Também integram o mapeamento o Quilombo dos Palmares (AL), a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (MG), a Casa da Tia Ciata (RJ), o Sítio Histórico de Alcântara (MA) e o Museu Afro Brasil (SP), que guarda importante acervo sobre a cultura e história da população negra no país.

Para Fernanda Thomaz, coordenadora-geral da Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico do MDHC, a publicação é uma importante ferramenta para a valorização da memória negra no país.

“Penso que é um momento importante para essa publicação, porque, se a gente pensar o tamanho do apagamento sobre a história, a experiência da população negra desde a escravidão até hoje, é fundamental destacar as contribuições dessa população africana e afrodescendente”, declarou a coordenadora-geral em nota à imprensa.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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