O racismo faz as pessoas pretas se sentirem inseguras enquanto correm nas ruas todos os dias. Pensamentos racistas como o ditado “Branco correndo é atleta, preto correndo é ladrão” contribuem para a perpetuação desta triste realidade. O medo de ser confundido com um bandido enquanto pratica atividade física ao ar livre é real e comprovado pelas estatísticas: 61% das pessoas pretas afirmam terem sofrido discriminação no último ano*.
Além disso, uma pessoa negra tem 3x mais chance de ser assassinada do que uma branca*. Para dar visibilidade ao problema e iniciar uma conversa com a sociedade, convidamos o atleta Weslley Caitano para correr uma prova por todos aqueles que, assim como ele, têm privada a sua liberdade de ir e vir e sofrem com o racismo enquanto praticam esporte. Uma corrida com o único uniforme possível para quem se sente tão vulnerável: um colete à prova de balas*.
*Fonte: Brand Inclusion Index *Fonte: Atlas da Violência *colete cenográfico
Nas ruas e em todos os lugares, a educação é pilar fundamental para se combater todos os tipos de violência. Depois de chamar a atenção para o preconceito enfrentado pelas pessoas negras correndo nas ruas, é hora de nos aprofundarmos em como podemos transformar a visão da sociedade, ajudando na construção da equidade racial. Por isso, preparamos um breve manual antirracista para conscientizar as pessoas.
Não existe no Brasil um consenso sobre a utilização dos termos “preto” e “negro”. De todo modo, é importante buscar o rompimento das lógicas que associam as populações negras às situações negativas.
O que é racismo?
Tudo aquilo que oprime e discrimina a partir de características étnico-raciais; é o olhar e a ação de pré-julgamento que inferioriza, oprime e afasta.
Negar o racismo é uma das formas de mantê-lo vivo. No Brasil, ele está presente em olhares, julgamentos, abordagens, piadas, oportunidades negadas e até na prática de esportes, como correr na rua.
Não interrompa. Não relativize. Não compare com outras dores. O primeiro passo para combater o racismo é dar espaço para quem sente na pele.
Se você nunca foi abordado injustamente, seguido em lojas, ou julgado por correr, já está vivenciando um privilégio. Use-o para transformar
Seja na rua, na internet, no trabalho ou em casa, não se cale. Racismo não se combate com silêncio — se combate com atitude.
Consuma conteúdo de pessoas pretas, apoie coletivos, compartilhe histórias e ajude a construir um mundo onde ser preto não signifique estar em risco.
Se você vê uma pessoa preta correndo, jamais presuma que está fugindo de algo. Corrida é esporte, é saúde, é lazer — para todos
Se você presencia uma abordagem ou atitude suspeita direcionada a uma pessoa preta apenas por ela estar correndo, não ignore. Registre, ofereça apoio, denuncie abusos.
Traga esse debate para rodas de conversa, redes sociais e ambientes de trabalho. O racismo cotidiano só perde força quando é exposto e debatido.
Câmeras de segurança, porteiros, vigilantes ou mesmo aplicativos de vizinhança frequentemente reforçam estereótipos racistas. Combata isso com diálogo e posicionamento: “Correr não é crime.”
Se você trabalha com comunicação, educação, esporte ou segurança, ajude a mudar a narrativa. Mostre a diversidade no esporte, valorize histórias de atletas pretos e promova o direito ao espaço público.
Fortaleça projetos como o Alma Preta, grupos de corrida antirracistas, ONGs e atletas negros. Compartilhar, doar ou participar já faz a diferença.
Dê voz a quem vive o racismo. Não interrompa, minimize ou relativize. Empatia começa com o silêncio de quem tem o privilégio de não viver esse medo.