A Academia de Letras da Bahia (ALB) celebra, no dia 2 de maio de 2025, o centenário de nascimento de Mãe Stella de Oxóssi com o lançamento oficial do Instituto que leva seu nome. A cerimônia acontecerá no Palacete Góes Calmon, sede da ALB, em Salvador, com a presença de autoridades, familiares e representantes de movimentos culturais e religiosos.
O evento também marca a assinatura de um Protocolo de Intenções entre a ALB e a nova instituição. A ialorixá, falecida em 2018, foi uma das principais referências nacionais das religiões de matriz africana e a primeira a ocupar uma cadeira em uma academia de letras no Brasil. Eleita imortal da ALB em 2013, assumiu a cadeira nº 33, anteriormente ocupada pelo historiador Ubiratan Castro.
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Instituição nasce com foco na justiça social
O Instituto Mãe Stella de Oxóssi será presidido por Adriano Azevedo, sobrinho da ialorixá. A entidade terá como missão preservar e ampliar o legado espiritual, cultural e literário de Mãe Stella, articulando ações em múltiplas frentes: educação, saúde, cultura, esporte e assistência social.
Segundo o presidente do instituto, o foco inicial será a implementação de projetos voltados para mulheres, crianças, adolescentes, idosos e famílias em situação de vulnerabilidade. A proposta inclui ainda a oferta de cursos de capacitação e qualificação profissional, além da promoção de atividades culturais, recreativas e de valorização da ancestralidade africana.
Figura central do candomblé e da literatura afro-brasileira
Líder do Ilê Axé Opô Afonjá, localizado no bairro de São Gonçalo do Retiro, em Salvador, Mãe Stella de Oxóssi destacou-se pela defesa dos direitos dos povos tradicionais e pelo combate ao racismo religioso. Também teve importante atuação como escritora, com obras que fortalecem o reconhecimento das tradições afro-brasileiras no campo literário e acadêmico.
A ALB classificou o centenário de Mãe Stella como um marco simbólico para a valorização das culturas de matriz africana no Brasil. O presidente da instituição, Aleilton Fonseca, destacou a relevância da ialorixá como expressão da linguagem, da identidade e da memória coletiva do povo brasileiro.
Segundo nota à imprensa, o espaço pretende também funcionar como centro de referência para debates e articulações em prol de políticas públicas voltadas às comunidades tradicionais e aos povos de terreiro.