Em 2023 cerca de 45,6% dos alunos brancos e amarelos alcançaram o nível adequado em Língua Portuguesa, enquanto entre estudantes pretos, pardos e indígenas o resultado foi de 31,5%, uma diferença de 14,1 pontos percentuais. Dez anos antes, em 2013, a disparidade era de 9,6 pontos. Na disciplina de Matemática, a defasagem entre os dois grupos cresceu 2,4 pontos percentuais.
Os dados são do estudo “Aprendizagem na educação Básica: situação brasileira no pós pandemia”, lançado nesta segunda-feira (28) pelo Todos pela Educação. A publicação apresenta um panorama aprofundado sobre a evolução da aprendizagem no Brasil no período pós pandemia , com recortes raciais e socioeconômicos.
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O levantamento, baseado nos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), considera o desempenho de estudantes do 5º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio da rede pública, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
Embora o estudo aponte sinais de recuperação do estudo, a aprendizagem média dos alunos ainda não retornou aos patamares de 2019.
As desigualdades educacionais, que já eram marcantes antes da pandemia, persistem e, em muitos casos, se agravaram. Segundo o estudo, em 2023, a disparidade racial no desempenho escolar é maior do que em 2013.
No 5° ano do ensino fundamental os números se repetem. Em Matemática a diferença subiu de 8,6 para 9,5 pontos percentuais. Em Língua Portuguesa , a diferença cresceu 0,3 portos.
Já no ensino médio, o estudo mostra que a desigualdade racial também aumentou na língua portuguesa com 2,9 ao longo de dez anos.
O estudo destaca que os desafios antes da pandemia já eram grandes, mas que no contexto atual se tornou ainda mais urgente o fortalecimento de políticas públicas para garantir o “direito à educação de qualidade para todos”.