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Maternidade negra é mais que afeto, é luta invisível e sobrevivência

São as mulheres negras que carregam no corpo e na voz o peso de serem mães em uma sociedade que insiste em negar a humanidade de seus filhos
10ª Marcha das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, em 28 de julho de 2024.

10ª Marcha das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, em 28 de julho de 2024.

— Tânia Rêgo/Agência Brasil

11 de maio de 2025

O segundo domingo de maio costuma ser marcado por homenagens às mães — flores, mensagens de carinho e comerciais que exaltam o amor materno. No entanto, quando o foco se volta às mães negras, a data também precisa ser um convite à reflexão sobre as camadas de desigualdade e resistência que atravessam suas maternidades.

Mães negras no Brasil exercem a função materna em um país onde o racismo estrutural impõe a elas uma jornada mais dura: salários mais baixos, maior exposição à violência e à vulnerabilidade social, além de um sistema de justiça que as ignora ou criminaliza. A maternidade negra, portanto, não é apenas afeto — é também política, sobrevivência e ancestralidade.

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É impossível falar do Dia das Mães sem lembrar de figuras como Mirtes Renata, mãe de Miguel, ou das tantas mulheres que encabeçam movimentos de mães vítimas do Estado, lutando por justiça e memória para seus filhos. São elas que carregam no corpo e na voz o peso de serem mães em uma sociedade que insiste em negar a humanidade de seus filhos.

Além disso, muitas mulheres negras exercem, historicamente, a função materna também para além de seus lares, sendo cuidadoras de outras famílias, numa herança escravocrata ainda presente nas estruturas do trabalho doméstico.

Neste Dia das Mães, que a homenagem às mães negras vá além do simbólico. Que seja um chamado à escuta, à reparação e à valorização de suas vidas — não só enquanto mães, mas enquanto protagonistas de uma luta coletiva por dignidade.

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  • Felipe Ruffino

    Felipe Ruffino é jornalista, pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Gestão da Comunicação, possui a agência Ruffino Assessoria e ativista racial, onde aborda pautas relacionada à comunidade negra em suas redes sociais @ruffinoficial.

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