O grupo rebelde M23, apoiado pelo exército de Ruanda, anunciou que busca conquistar a cidade de Uvira, a segunda maior do Kivu do Sul, com cerca de 180 mil habitantes. O município é a nova capital da província desde a captura de Bukavu, em 15 de fevereiro.
Corneille Nangaa, chefe do M23, publicou no dia 23 de maio, sexta-feira, um comunicado nas redes sociais com o anúncio de que o grupo busca atacar a cidade de Uvira.
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“Estamos em alta velocidade expressiva em direção à Uvira. Não há força que deva parar esse ritmo, já chega. Povo congolês, tenham paciência, esta libertação será completa de uma só vez, já estabelecemos bases sólidas em várias províncias”, escreveu na sua conta no X.
Dias antes, em 21 de maio, ele publicou uma localização nas suas redes sociais, na cidade de Runingo, próxima de Uvira. Depois, repostou o comentário de um usuário no X com o pedido de “pegar logo Uvira e Katanga”.
Apesar disso, no dia 20 de maio, o governador da província do Kivu do Sul, Jean-Jacques Purusi, retornou para a região e se instalou na cidade de Uvira depois de três meses em Kinshasa. Ele retornou depois da ocupação do grupo rebelde M23 em Bukavu.
Na chegada, afirmou que o conflito deve acabar em breve e destacou a resiliência da população. Ele ainda repassou uma mensagem do presidente Félix Tshisekedi.
“Trago uma mensagem do Chefe de Estado. Para dizer que a guerra está quase no fim e que há esperança de que ela tenha ficado para trás”, afirmou segundo o portal 7sur7.

Mediações do conflito
O avanço sobre Uvira ocorre durante os diálogos para um acordo de paz para o fim da guerra.
No dia 26 de abril, representantes dos governos da RDC e de Ruanda assinaram um documento de princípios e intenções para se chegar à paz na região. A assinatura aconteceu em Washington, capital dos EUA, e o diálogo foi conduzida por Marco Rubio, Secretário de Estado dos EUA.
Massad Boulos, conselheiro sênior para a África dos EUA, anunciou no dia 15 de maio nas redes sociais que a assinatura de um acordo de paz entre as duas nações africanas está mais perto.
“Esta semana, tive discussões construtivas com os presidentes Tshisekedi e Kagame enquanto trabalhamos para abrir caminho para a paz”, escreveu no X. Ele afirmou ter apresentado um primeiro rascunho para os dois países e pretende conversar para resolver possíveis divergências.
Os Estados Unidos não são os únicos a participar da mediação da guerra. O Catar é um outro país que intermedia o conflito e a própria União Africana, representada pelo presidente do Togo, Faure Gnassingbé.
Uma reunião no dia 17 de maio, no Togo, reuniu líderes africanos para reaproximar Kinshasa e Kigali. Diversos antigos presidentes de países africanos participaram da reunião para contribuir com a intermediação.